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As ações com melhor desempenho no terceiro trimestre

Havan, BRF, Eneva, Grupo Mateus e Smart Fit foram as ações com melhor desempenho no trimestre, entre as empresas cobertas pelo Banco Safra

Loja da Havan

A Havan foi destaque no trimestre, com expansão da rede, crescimento das vendas e controle de despesas, mantendo caixa acima da dívida bruta | Foto: Getty Images

O Banco Safra divulgou um balanço do terceiro trimestre coma avaliação do desempenho das ações de empresas e setores da economia. Entre as empresas cobertas pelo banco, os destaques foram a Havan, BRF, Eneva, Grupo Mateus e Smart Fit.

O relatório aponta que, do ponto de vista econômico, prevaleceram as discussões quanto ao cenário fiscal do Brasil, cujo risco está no controle das contas públicas por parte do governo para cumprir a meta fiscal em 2024 e 2025. Na condução da política monetária, o Copom iniciou aumento da Selic, com a justificativa de convergir a inflação para meta, diante da atividade econômica aquecida e pressões advindas do cenário externo. Além do objetivo de ancorar a inflação e reduzir pressão na taxa futura, está no radar do Banco Central a desvalorização cambial – cujo real aproximou-se de R$5,80 em meados do trimestre – e as contas públicas.

Saiba mais

As taxas reais embutidas na estrutura NTN-B registraram avanço em todos os vértices, chegando a ceder em meados do trimestre com a possibilidade de anúncio de corte de gastos; o prêmio da NTN-B 28, por exemplo, alcançou o patamar de 7,0%. No mercado primário de títulos públicos, o Tesouro encontra resistência para alocar 100% das NTN-Bs nos leilões, pressionando o prêmio médio de emissão para próximo de 6,80% a.a..

Enquanto o juro nominal aumenta, o spread do crédito privado encontra-se pressionado, por razões relacionadas à forte demanda. A estimativa do Safra para títulos com rating AAA aponta um spread convergindo para CDI + 1,15%. Não é surpresa que o volume de emissão de crédito corporativo bateu recorde em 2024, superando R$ 560 bilhões nos 12 meses findos em setembro, avalia o banco.

Esse ambiente é positivo para as companhias, que conseguem rolar a dívida mais cara e alongar vencimentos, algo que observamos nos resultados do 3T24. Contudo, o cenário não é tão favorável para empresas com pior avaliação de crédito ou de menor capacidade operacional. Para essas companhias, o spread pode superar CDI + 2% e pode haver dificuldade e tomar volumes maiores. Com isso, para esses casos, há riscos de refinanciamento, pressão no fluxo de caixa livre e, consequentemente, na alavancagem. Esses pontos estão em no radar do Safra para a avaliação dos resultados do 4T24.

Relatório do Banco Safra lista as ações que foram destaques positivos no 3T24:

  • Havan (HVAN3), com expansão da rede, crescimento das vendas e controle de despesas, mantendo caixa acima da dívida bruta;
  • BRF (BRFS3) manteve trajetória de recuperação, favorecida pelo ambiente de negócios no mercado internacional e ganhos de eficiência interna;
  • Eneva (ENEV3) obteve ganhos no resultado operacional com o aumento do despacho termelétrico em um cenário hidrológico mais adverso;
  • Grupo Mateus (GMAT3) aumentou as vendas no atacarejo e no B2B e expandiu margem bruta, beneficiado pela maturação das lojas; e
  • Smart Fit (SMFT3), que vem ampliando sua base de academias e mantendo estrutura de capital pouco alavancada.

Destaques setoriais do trimestre

O relatório do Banco Safra apresenta os destaques dos principais setores da economia:

Grãos/sucroalcooleiro

Queda do preço do milho favoreceu cadeia de proteína animal e etanol / Incentivo governamental fortalece demanda de longo prazo do etanol Estiagem e queimadas podem impactar produtividade da próxima safra de cana e elevar investimentos com trato agrícola / Preço do etanol manteve tendência de alta, podendo perder competitividade nos próximos meses

Energia elétrica

Aumento do despacho de usinas termelétricas / Geração eólica beneficiada por condições favoráveis de vento Curtailment em usinas eólicas e solares com impactos relevantes no resultado operacional / Eventos climáticos poderão exigir investimentos adicionais na infraestrutura do setor elétrico

Imobiliário

Incentivos de crédito no baixa renda impulsionam vendas com margem mais favorável / Ritmo de vendas no média e alta renda resiliente, fortalecendo resultado operacional / Demanda aquecida em São Paulo Aumento do juro básico pode desestimular vendas no média e alta renda, ainda que as vendas continuem aquecidas / Companhias regionais registram queima de caixa frente à recente expansão nos lançamentos

Proteína animal

Estrutura de custos competitiva, suportando margens mais elevadas / Boa demanda por aves e suínos no mercado doméstico / Ciclo de gado favorável no Brasil, mas com tendência de baixa, elevando o preço do boi Ciclo de baixa no gado nos EUA, com impacto na margem operacional dos frigoríficos / Aumento de oferta de aves no mercado global

Saúde

Melhora do índice de sinistralidade, favorecido pelo reajuste de preço e processo de verticalização em algumas companhias / Aumento da base de clientes, acompanhando queda no desemprego Pressão de custos no segmento hospitalar / Aumento de provisões para contingências judiciais

Varejo

Atacarejo continua sendo um dos pilares de crescimento em alimentação / Esforços para controle de custos no varejo moda e eletroeletrônicos / Maior disponibilidade de crédito / Tributação de produtos importados Varejo de bens de consumo durável é mais impactado com alta da Selic / Inflação crescente, ainda que controlada.

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