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Ações da Petrobras acumulam perdas de mais de 6% em junho

Mesmo com valorização forte na segunda-feira, papéis da estatal sofrem com a interferência do governo em sua governança

Prédio da Petrobras

A constante queda de braço entre governo e empresa quanto à sua política de preços tem afetado o desempenho das ações | Foto: Getty Images

Apesar da alta de mais de 6% nos papéis na sessão de véspera, a Petrobras ainda enfrenta perdas no mês e no ano. A PETR4, a ação mais negociada na B3 (Bolsa de valores brasileira) recua 1,65% de janeiro a 27 de junho, já no mês a queda é maior, 6,92%.

No dia primeiro de junho o papel valia R$ 30,02. Ontem, a ação fechou em R$ 27,98, com alta de 6,62%.

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A PETR3 tem um comportamento um pouco melhor que a ação preferencial (PETR4). O papel tem queda acentuada em junho, que chega a 7,22%, mas no ano tem valorização de 0,52%. Ontem, a ação fechou em alta de 7,19%.

A constante queda de braço entre governo e empresa quanto à sua política de preços tem afetado o desempenho das ações.

Ontem, pela quarta vez no governo Bolsonaro, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou o nome de Caio Paes de Andrade, como presidente da companhia.

Paes de Andrade foi aprovado por sete votos a três. Ele também foi aprovado para integrar o Conselho..

Segundo fontes, votaram a favor de Paes de Andrade os cinco conselheiros da União e dois representantes de acionistas minoritários. Outros dois conselheiros minoritários e a conselheira representante dos funcionários votaram contra a indicação.

Paes de Andrade será o quarto presidente da Petrobras no governo Jair Bolsonaro, em sucessão novamente marcada pela queda de braço entre o governo e a diretoria da petroleira sobre a alta nos preços dos combustíveis em refinarias da Petrobras, hoje alinhados ao mercado internacional.

Para Rodrigo Simões, professor de economia da FAC-SP, mais uma troca de comando na Petrobras pode gerar insegurança no mercado.

Segundo ele, o principal objetivo do governo é segurar o reajuste de preços dos combustíveis e isso vai contra as estratégias de uma empresa de mercado. “Isso é ruim, porque, mesmo que seja uma estatal, ela tem ações em bolsa”, disse.

Simões pondera também que o mercado teme por uma interferência maior do governo, pois, a medida que o nome de Andrade for aprovado pelo Conselho, este pode vir a trocar membros do próprio Conselho ou da diretoria.

“Esta medida pode trazer transtornos tanto para a Petrobras como para o nosso mercado de combustíveis, pois, compor um time para criar estratégias para segurar o preço vai afetar o desempenho das ações”, disse. “É um duplo problema: vai interferir no mecanismo de uma empresa aberta e podemos ver a inflação explodir depois da eleição e impactar o preço dos combustíveis.”

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