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Alta de juros nas próximas duas reuniões do Fed foi aprovada por unanimidade

De acordo com a ata da última reunião do Federal Reserve, todos os dirigentes reafirmaram o seu forte empenho em combater a inflação

Federal Reserve

Por unanimidade, os dirigentes concordaram que era apropriado aumentar os Fed Funds em 50 pontos-base | Foto: Getty Images

A maioria dos dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) defendeu que aumentos de 50 pontos-base provavelmente serão apropriados “no próximo par reuniões” nos Estados Unidos, segundo a ata da última reunião de política monetária da instituição.

De acordo com o documento, na reunião ocorrida nos dias 3 e 4 de maio, todos os dirigentes reafirmaram o seu forte empenho e determinação em tomar as medidas necessárias para restabelecer a estabilidade de preços.

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Nesse contexto, por unanimidade, os dirigentes concordaram que era apropriado aumentar os Fed Funds em 50 pontos-base.

“Para tanto, os dirigentes concordaram que o Comitê deveria mudar rapidamente a postura da política monetária para uma postura neutra”, diz o texto.

Federal Reserve aprovou aperto monetário na última reunião

No início de maio, o Federal Reserve elevou o intervalo da taxa de juros do país para 0,75% e 1%. O aumento sobre o intervalo anterior, que foi definido em março, é de 50 pontos-base (0,50 ponto percentual) e representa a maior elevação para os juros americanos desde o ano 2000.

A decisão da autoridade monetária veio em linha com o esperado pelo mercado, uma vez que a inflação nos EUA tem acelerado no maior ritmo em 40 anos e os juros são uma ferramenta essencial no combate à escalada dos preços. Além disso, o PIB da maior economia do mundo sofreu uma retração inesperada de 1,4%, o que colocou ainda mais pressão sobre o Federal Reserve.

Risco inflacionário

Os dirigentes do Federal Reserve concordaram que os riscos inflacionários se inclinaram para cima. Eles citaram riscos associados a gargalos de fornecimento contínuos e preços crescentes de energia e commodities – ambos exacerbados pela invasão russa da Ucrânia e bloqueios relacionados à covid-19 na China. Além disso, foram mencionados os riscos derivados do crescimento nominal dos salários.

“Os dirigentes concordaram que as perspectivas econômicas eram altamente incertas e que as decisões de política monetária deveriam ser dependentes de dados e focadas em retornar a inflação para a meta de 2%, mantendo as condições do mercado de trabalho fortes”, diz o documento.

Alguns dirigentes ainda enfatizaram que a inflação persistentemente alta aumentava o risco de que as expectativas de inflação de longo prazo fiquem desancoradas, dificultando a tarefa de trazer a inflação de voltar à meta de 2%.

Crescimento econômico

Os dirigentes do Federal Reserve esperam que a economia dos Estados Unidos tenha crescimento sólido no segundo trimestre deste ano, apesar da queda vista nos três meses anteriores. Os dirigentes notaram que os componentes voláteis, como exportações líquidas e investimento em estoque, devem ter “pouco sinal” sobre o crescimento neste trimestre e observam que os gastos de famílias e investimentos fixos de empresas seguiram fortes nos três primeiros meses do ano.

A expectativa dos dirigentes é que o desequilíbrio entre oferta e demanda agregadas diminua ao longo do tempo. Eles observaram que a duração e magnitude dos gargalos de oferta, aumento da participação da força de trabalho e efeitos das políticas fiscais ligados à pandemia são incertos.

Conforme consta em ata, membros do Fed concordaram que os lockdowns para conter o avanço da covid-19 na China devem intensificar gargalos de oferta e, assim como a guerra da Rússia na Ucrânia, representam riscos à economia americana e global.

Quanto ao mercado de trabalho, alguns dirigentes notaram que há sinais de que fatores ligados à pandemia que restringiam a oferta de mão de obra diminuindo. A perspectiva econômica, porém, segue “bastante incerta”. (AE)

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