Amsterdã testa barcos elétricos autônomos

A cidade de Amsterdã, na Holanda, começou a testar barcos elétricos autônomos em seus famosos canais. O projeto Roboat – junção de robô e barco, em inglês – é do Instituto de Soluções Metropolitanas Avançadas da cidade e o Instituto e Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos (vídeo no canto superior à direita).

Os canais de Amsterdã vão começar a ter pequenos barcos elétricos autônomos para tarefas simples como o recolhimento do lixo e o transporte de passageiros, segundo o site AP News.

Famoso e histórico destino turístico na Europa, o município tem mais de 100 quilômetros de hidrovias e chegou a receber cerca de 19 milhões de turistas por ano, antes da pandemia de covid-19.

As embarcações inteligentes de Amsterdã

Os barcos elétricos autônomos desenvolvidos em Amsterdã têm hélices e quatro propulsores que são alimentados por uma bateria, além de câmeras e sensores espalhados pela carcaça. As embarcações são controladas de forma totalmente remota por um computador, que processa as imagens e identifica objetos fixos e em movimento nas águas.

Elas também são modulares para que possam ser facilmente adaptadas para diversos fins, seja no transporte de cargas ou trabalhadores.

Os barcos elétricos autônomos navegam a uma velocidade de cerca de 6 km/h (quilômetros por hora) e podem funcionar de 12 a 24 horas, a depender do tipo de bateria.

De acordo com a AP, os desenvolvedores estão ajustando os protótipos para que aprendam a fazer manobras complexas pelos canais, que são tomados por barcos particulares e comerciais de turismo.

Por isso, estimam que o aperfeiçoamento da tecnologia levará de dois a quatro anos para ser realizado.

“No momento, temos autonomia, mas um dos próximos passos é garantir que possamos realmente lidar com qualquer tipo de situação que possamos encontrar nos canais”, disse o engenheiro mecatrônico Rens Doornbusch.

Barcos elétricos autônomos ao trabalho

Antes de se tornarem uma realidade nos canais de Amsterdã, os barcos elétricos autônomos precisam ganhar também a confiança das autoridades holandesas.

Um dos passos necessários e entrar em conformidade com a legislação sobre privacidade nos Países Baixos, uma vez que as embarcações captam imagens de forma constante para se locomover.

“Estamos trabalhando ativamente em conjunto com os ministérios e legisladores para identificar quais aspectos jurídicos específicos precisam ser alterados para permitir uma operação totalmente autônoma”, disse Stephan van Dijk, diretor de inovação do instituo de Amsterdã.

No futuro, os especialistas esperam utilizar a nova tecnologia em operações portuários complexas. “Lá você pode realmente melhorar a segurança com sistemas autônomos e também torná-la mais eficiente, em uma abordagem de operações 24 horas por dia, 7 dias por semana”, afirmou van Dijk.