Queda de índice de sinistros favorece ações do setor de saúde
No setor de Educação, ciclo de fusões e aquisições poderia ser um catalisador a curto prazo, segundo avaliação de especialistas e investidores na J. Safra Brazil Conference
01/10/2024As tendências das empresas dos setores de saúde e educação estiveram entre os temas da J. Safra Brazil Conference 2024, nos dias 24 e 25 de setembro, com a participação de mais de uma centena de empresas.
No setor de saúde, a maioria das discussões gerais relacionadas à normalização da sinistralidade, o aumento do número de ações judiciais contra operadores de saúde, adições líquidas e crescimento dos leitos hospitalares.
Em relação ao setor de Educação, a maioria das discussões foi centrada no atual ciclo de entrada e na tentativa de entender se M&A poderia ser um catalisador a curto prazo. Abaixo, fornecemos uma visão geral de cada empresa. Confira abaixo as análises dos especialistas do Safra com base nos resultados da J. Safra Brazil Conference 2024.
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Empresas de saúde
- Hapvida – A conferência do Safra mostrou a oportunidade de nos reunir com Luccas Adib (CFO) e Guilherme Nahuz (IRO). O foco dos investidores foi nas provisões para depósitos judiciais, que se tornaram mais evidentes nos resultados do 2T24, tendências de sinistralidade, adições líquidas e integração da NDI. Em relação aos depósitos judiciais, estes são vistos principalmente como relacionados a planos de mercado de massa e parecem exibir um comportamento semelhante à cauda. A expectativa é que percam relevância à medida que a base de clientes normaliza após mudanças na regulamentação (ex.: lista de procedimentos e tratamentos da Agência Reguladora dos Planos Privados de Saúde e Seguros (ANS) tornar as sessões de terapia não obrigatórias e ilimitadas para certos pacientes). A empresa está fazendo progressos nos detalhes finais da reviravolta do sistema do NDI, que começa em outubro e deve ser totalmente concluída até o final do ano. A empresa reconhece que a integração do sistema com o NDI é um desafio significativo para este ano e não prevê que 2024 seja um ano de acréscimos líquidos positivos à base de beneficiários. O foco para este ano continua a ser uma evolução contínua da sinistralidade e das margens, mas para 2025 deve haver mais crescimento orgânico. Hapvida é a melhor escolha no setor de saúde, na avaliação do Safra.
- Rede D’Or – O desempenho operacional da Rede D’Or parece estar no caminho certo para melhorias sequenciais nos próximos trimestres. O ambiente na SULA permanece relativamente estável, pois a empresa está navegando com sucesso através de um período de aumentos significativos de preços, embora algumas regiões enfrentem uma agressividade comercial maior. As reivindicações devem permanecer sob controle, potencialmente contribuindo para a ausência de mudanças significativas na sinistralidade. No negócio hospitalar, o plano de expansão de leitos está progredindo conforme previsto, com a expansão da Villa Nova Star em agosto e as aberturas previstas de Macaé, Aliança, Guarulhos e Alphaville nos próximos meses, totalizando 400-600 leitos em 2024 e provavelmente acelerando no próximo ano. A taxa de ocupação provavelmente permanecerá dentro da média histórica, enquanto os aumentos de preços devem acompanhar a inflação.
- Mater Dei – A fase de integração dos hospitais adquiridos está completa. Todos os sistemas já foram ajustados. Está na hora de acelerar os planos para cada uma das unidades, e a prioridade é crescer elevando as taxas de utilização. O hospital de Salvador é um exemplo, pois conta com 120 leitos e está crescendo ao operacionalizar e ocupar mais leitos. Do ponto de vista operacional, após um começo robusto do ano, deve haver uma taxa de ocupação mais normalizada no futuro com aumentos de preços que provavelmente acompanharão a inflação. Enquanto isso, a empresa está fortalecendo os relacionamentos com os financiadores (por exemplo, o acordo hospitalar com a Bradesco Saúde em São Paulo) e aumentando a maturidade de seus ativos adquiridos e hospitais.
- Fleury – Após um início de ano sob pressão da sazonalidade desfavorável, a Fleury deve apresentar alto crescimento de 1 dígito em 2024 e no longo prazo, com 50% -70% de passagem da inflação IPCA e crescimento médio de 1 dígito. Em relação às sinergias, o cronograma da empresa permanece relativamente intacto, esperando capturar até 80% das sinergias anuais mapeadas até abril de 2025, potencialmente aumentando as margens. Os capex devem acelerar no segundo semestre, embora ainda na faixa de 6,0%-7,5% das receitas, provavelmente permanecendo nesse nível nos próximos anos, pois os investimentos em iniciativas de digitalização e tecnologia não estão preparados para dar uma pausa. A gerência também acredita que a atividade de fusões e aquisições poderia aumentar novamente, mas os alvos no pipeline são ativos relativamente pequenos.