O Banco Safra aumentou o Preço Alvo de 12 meses da Totvs (TOTS3) de R$ 34 para R$ 36/ação, após incorporar os resultados recentes e melhores estimativas em um novo modelo.
No entanto, dado o rali de 24% das ações desde o início do ano (vs. 4% do Ibovespa), a falta de gatilhos de curto prazo, bem como o nível atual de Valuation, o Safra rebaixou as ações para Neutro enquanto aguarda um melhor ponto de entrada.
Após o rali e ajustando as estimativas, o Safra vê a TOTS3 negociando a 12,9x EV/EBITDA, o que considera "bastante justo'. Além do recente rali das ações, o Safra continua a ver a tese de investimento da Totvs como sólida.
Dado o cenário macroeconômico desafiador, a Totvs está bem posicionada para se beneficiar de um ambiente inflacionário, pois seus contratos com clientes incluem mecanismos automáticos de repasse da inflação.
Além disso, a baixa alavancagem da empresa (0,2x dívida líquida/EBITDA FY24 excl. Dimensa) proporciona uma posição confortável para navegar em um cenário de altas taxas de juros. O Safra permanece otimista quanto às perspectivas de longo prazo da Totvs, apoiadas por sua posição única no mercado de ERP ainda subpenetrado e pelo potencial de crescimento de seus negócios complementares, incluindo marketing digital e serviços financeiros.
O Safra está incorporando no modelo:
- (i) resultados do 4T24;
- (ii) estimativas para 2025 e além; e
- (iii) as tendências macroeconômicas mais recentes.
Embora tenha mudado pouco as estimativas de Receita, o Safra corta o EBITDA em 2% em 2025 e aumentou em +3% no ano seguinte, enquanto reduziu as estimativas de Lucro Líquido em -6% e -4%, respectivamente.
A maior parte da divergência em relação às estimativas anteriores veio do segmento de Negócios de Gestão e resultados financeiros abaixo do esperado.
Finalmente, o Safra está ligeiramente acima do consenso em 2025 e 2026 para todas as unidades de negócios da Totvs. O principal risco de alta para a tese passa por resultados melhores do que o esperado em Biz (RD Station) e Techfin.
Por outro lado, os riscos de baixa são:
- (i) desaceleração econômica do Brasil, pois um menor crescimento do PIB pode levar as empresas a reduzir/adiar seus investimentos em TI;
- (ii) aumento da concorrência, um risco aparentemente menor para a Totvs, dada sua dominância entre as empresas SMB; e
- (iii) M&A, pois a Totvs pode falhar em integrar as empresas adquiridas ou pode fazer aquisições não-geradoras de valor.