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Abimaq destaca desafios para o setor de máquinas

Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos apresenta cenário para o setor; Safra destaca avaliações para ações da Vamos, Armac e Rumo


A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) apresentou um panorama do setor para analistas. No encontro com o presidente da entidade, José Velloso, e sua diretora econômica, Cristina Zanella, os principais destaques foram:

  • (i) Os executivos esperam uma melhora gradual nas vendas de máquinas agrícolas no 2S24, embora não seja suficiente para compensar a queda de 25% no ano passado no segmento. Eles preveem uma recuperação nas vendas de máquinas agrícolas em 2025, mas devido principalmente à base fraca de comparação.
  • (ii) Apesar do aumento dos investimentos agrícolas nos últimos anos, ainda há uma enorme lacuna a ser preenchida, principalmente no armazenamento de grãos.
  • Segundo os executivos, o Brasil tem um déficit de armazenamento de grãos de ~120 milhões de toneladas e eles esperam que esse gap continue a aumentar nos próximos anos, já que os investimentos em armazéns não são suficientes nem para acompanhar o crescimento orgânico da produção de grãos.
  • Eles destacaram que o armazenamento adequado aumentaria a produtividade agrícola devido à potencial redução das perdas causadas pelo armazenamento local inadequado (sob lonas de plástico) em pequenos produtores.
  • (iii) A reforma tributária tem o potencial de aumentar o PIB brasileiro em 15% na próxima década, segundo estudo do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF), principalmente porque poderia fomentar a produção industrial, que também beneficiaria as vendas de máquinas. O Sr. Velloso explicou que há muita desinformação resultante da falta de compreensão da diferença entre a taxa e a carga tributária. Ele vê a nova taxa de imposto sobre o valor acrescentado (IVA) de 26,5% -28% como muito inferior à carga fiscal de todos os impostos combinados sob o novo IVA.
  • (iv) O Brasil deveria idealmente investir 25% de seu PIB em formação bruta de capital fixo, visando compensar o estoque de capital depreciado e sua expansão. No seu auge (de 2010 a 2014), beneficiou-se de subsídios fornecidos pelo governo, o investimento do Brasil em formação bruta de capital fixo teve uma média de cerca de 21% do PIB, caindo para cerca de 16% entre 2015 e 2020 e permanecendo em cerca de 17% em média entre 2020 e 2024, abaixo da média de ~20% para os países latino-americanos.

Avaliação dos analistas do Banco Safra

Apesar da expectativa de uma recuperação gradual das vendas de máquinas agrícolas no 2S24, o Safra ainda espera que os resultados do negócio de concessionárias da Vamos (VAMO3; Compra; Preço Alvo R$14,50) permaneçam sob pressão, considerando o efeito negativo da queda dos preços dos grãos sobre o desempenho econômico dos produtores e, consequentemente, sobre seus futuros investimentos, que podem adiar uma recuperação estrutural nas vendas de máquinas agrícolas.

Esse ambiente negativo para o agronegócio no Brasil também deve impactar negativamente os resultados futuros da Armac (ARML3; Compra; Preço Alvo de R$19,40), principalmente por reduzir seu potencial de crescimento a curto prazo.

Apesar disso, o Safra acredita que a crescente escassez de capacidade de armazenamento continuará impactando positivamente o desempenho operacional da Rumo (RAIL3; Compra; Preço Alvo de R$30.00), apoiando seu alto poder de negociação com seus clientes, já que seus clientes não podem esperar muito tempo para enviar sua carga precisamente devido à falta de instalações adequadas de armazenamento.


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