O Banco Safra espera que a Ambev apresente resultados variados, com desempenhos sólidos no Brasil e CAC compensando os números fracos da América do Sul e Canadá.
O banco espera que o EBITDA ajustado consolidado atinja R$ 5,697 bilhões (+11% ano a ano), com margem de 29,5% (+ 234 bps no ano). Além disso, os resultados financeiros líquidos devem melhorar novamente devido a receitas financeiras mais elevadas e custos de cobertura mais baixos, e a taxa efetiva do imposto sobre o rendimento deve cair para -22% (+10% no 2T23 e -15% no 1T24) devido à redução dos juros sobre os benefícios fiscais de capital próprio e ao facto da Ambev não ter acumulado o escudo fiscal dos benefícios fiscais, desde o 1T24, como resultado de mudanças no regime tributário.
Assim, o lucro líquido ajustado deve chegar a R$ 2,598 bilhões (+4% ano-a-ano), com margem de 13,5% (+28bps ano-a-ano).
O Safra mantém uma recomendação de Venda para ABEV3, já que:
- (i) os resultados operacionais foram mistos, com a Ambev subdesempenhando a Heineken no mercado brasileiro de cerveja e em ambientes difíceis na Argentina e no Canadá;
- (ii) as incertezas fiscais permanecem altas; e
- (iii) o valuation não é atrativo vs. pares globais (apenas um desconto de 4%), considerando os riscos envolvidos.
Ambev no Brasil
Na Cerveja Brasil, o Safra espera que os volumes cresçam 3,0% ano-a-ano, impulsionados pelo segmento premium, com receita por hectolitro crescendo 3,5% ano-a-ano, levando a uma receita de R$ 9,286 bilhões (+7% ano-a-ano). Os ventos de apoio dos preços favoráveis das commodities devem perder força, mas ainda conduzir a uma queda de 2% no COGS por hectolitro (dentro da faixa do guidance para o ano).
Como resultado, esperamos um EBITDA ajustado de R$ 2,739 bilhões (+19% ano a ano), com uma margem de 29,5% (+307 bps no ano). Na NAB Brasil, a demanda e a execução devem permanecer sólidas e impulsionar um crescimento de volume de 7% no ano.
A receita por hectolitro deve permanecer estável, levando a uma receita líquida de R$ 1,860 bilhão (+12% a/a). Além disso, esperamos que o EBITDA ajustado atinja R$ 443 milhões (+18% ano a ano), com margem de 23,8% (+106bps ano a ano).
CAC
O Safra espera um desempenho sólido impulsionado pela República Dominicana, com um crescimento de volume de 4% em relação ao ano anterior. A receita por hectolitro tem um desempenho difícil e deve diminuir 4% a/a, levando a uma receita líquida de R$ 2,481 bilhões. Além disso, o EBITDA ajustado deverá chegar a R$ 1,017 bilhão (+11% ano-a-ano), com uma margem de 41,0% (+380bps ano-a-ano).
América do Sul
As difíceis condições macroeconômicas da Argentina têm impactado severamente o consumo e devem ter um impacto nos volumes da divisão, que deve chegar a 5.924 mil hectolitros (-15% ano após ano).
A receita por hectolitro deve compensar parcialmente esse impacto com um aumento de 5% no ano, levando a receita líquida para R$ 2,915 bilhões (-11% no ano).
O Safra espera que o EBITDA ajustado atinja R$700 milhões (-17% a/a), com margem de 24,0% (-165bps a/a).
Canadá
A fraca indústria cervejeira no Canadá deve mais uma vez impactar negativamente o volume da Ambev, que deverá cair 5% a/a para 2.477k hectolitros no 2T24. O Safra não espera uma grande melhoria na receita por hectolitro (em CAD), mas a conversão de câmbio deve compensar o impacto e levar a receitas líquidas de R$ 2,751 bilhões (-1% a/a).
Além disso, o EBITDA ajustado deve chegar a R$ 798 milhões (-5% no ano), com margem de 29,0% (-101bps no ano).
Abaixo do EBITDA
O Safra espera que o EBITDA ajustado consolidado alcance R$ 5,697 bilhões (+11% ano a ano), com margem de 29,5% (+234bps no ano).
Além disso, os resultados financeiros líquidos devem melhorar novamente devido a maiores receitas financeiras e menores custos de cobertura, e a taxa efetiva do imposto sobre o rendimento deve cair para -22% (+10% no 2T23 e -15% no 1T24) devido à redução dos juros sobre os benefícios fiscais de capital próprio e ao facto da Ambev não ter acumulado o escudo fiscal dos benefícios fiscais, desde o 1T24, como resultado de mudanças no regime tributário.
Assim, o lucro líquido ajustado deve chegar a R$ 2,598 bilhões (+4% ano-a-ano), com margem de 13,5% (+28bps ano-a-ano).