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ANÁLISE

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Ânima melhora resultados com aumento da eficiência

Ânima melhora eficiência para sustentar as margens brutas e aumenta a margem EBITDA por meio de menores despesas gerais, administrativas e com vendas


O EBITDA ajustado da Ânima (ANIM3) superou a estimativa do Banco Safra e a do consenso em 5% e 7%, respectivamente. A Ânima reportou resultados melhores do que o esperado, impulsionados por despesas gerais, administrativas e com vendas (SG&A) que ficaram abaixo das expectativas.

O crescimento da receita foi fraco, pois a base de alunos de pós-graduação diminuiu ligeiramente. Por outro lado, a empresa melhorou a eficiência para sustentar as margens brutas e conseguiu aumentar a margem EBITDA por meio de menores despesas gerais, administrativas e com vendas (SG&A).

O resultado final se beneficiou do desempenho operacional e ficou 64% acima da estimativa do Safra e melhor do que os -R$18 milhões do consenso da Bloomberg.

A sazonalidade pesou no fluxo de caixa livre (-R$179 milhões) e na alavancagem (DL/EBITDA ex IFRS de 2,8x de 2,71x no 3T24), mas não foram muito diferentes das expectativas. Além disso, o PDA ficou 191bps melhor a/a em 2,8% das receitas líquidas, com a taxa de cobertura para contas a receber com mais de 90 dias vencidos atingindo 116%.

Portanto, o Safra mantém a recomendação de Compra para ANIM3, pois vê um valuation atraente e melhorias estruturais na lucratividade, geração de caixa e balanço patrimonial.

Aprendizagem Digital e Inspirali compensando a dinâmica ainda desafiadora no negócio principal.

A Ânima continua a navegar em um ambiente difícil em seu negócio principal, com uma captação fraca (-20% a/a) juntamente com um ticket médio estável (+0,3% a/a vs. estimativa do Safra de +3,7%). Consequentemente, as receitas líquidas foram de R$477 milhões (-9% a/a e -5% vs. estimativas do Safra).

Por outro lado, o negócio de Aprendizagem Digital foi uma surpresa bem-vinda, pois seu ticket médio aumentou 6,8% a/a (vs. estimativa do Safra de -5% a/a), mais do que compensando a captação fraca (-41% a/a). Como resultado, as receitas líquidas foram de R$81 milhões (+5% a/a e +8% vs. estimativas).

Finalmente, a Inspirali também superou as expectativas, pois apresentou crescimento de receita de dois dígitos baixos, atingindo R$895 milhões (+11% a/a e +4% vs. Safra). Como resultado, a receita consolidada diminuiu 1% a/a, atingindo R$ 895 milhões (em linha com o Safra).

Resultados operacionais

No negócio principal, o lucro operacional foi de R$ 155 milhões (-25% a/a e -17% vs. Safra), com uma contração de margem de 675bps a/a, que é principalmente explicada pela desalavancagem operacional (base de alunos -6,8% a/a) e um aumento nas despesas de vendas de 582bps a/a (principalmente de despesas de G&A).

Vale lembrar que as realocações contábeis entre Ânima Core e Inspirali, realizadas no 4T23, tornam as comparações a/a não muito significativas.

No negócio de Aprendizagem Digital, o lucro operacional foi de R$35 milhões (+266% a/a e 136% vs. Safra), com uma impressionante expansão de margem de 30,8pps a/a, que é principalmente explicada por uma redução de 22,4pps nas despesas de SG&A como porcentagem das receitas líquidas.

Na Inspirali, o lucro operacional foi forte em R$182 milhões (+33% a/a; margem +879bps a/a). Em suma, o crescimento da receita melhor do que o esperado e a diluição de despesas, tanto no negócio de Aprendizagem Digital quanto na Inspirali, explicam a superação da estimativa do Safra de margem EBITDA.

Consequentemente, as despesas de SG&A foram de 23,8% das receitas (-15bps a/a e -134bps melhor do que nós) e outros resultados operacionais de R$7 milhões (vs. estimativa do Safra de -R$12 milhões) impulsionaram o EBITDA ajustado para R$294 milhões (8% a/a, +5% vs. Safra e +7% vs. consenso), com uma margem de 32,8% (+315bps a/a, +169bps vs. Safra e +251bps vs. consenso).

Abaixo do EBITDA, os resultados financeiros líquidos foram 23% menores a/a devido à gestão de passivos que reduziu o custo da dívida. Além disso, houve um crédito de imposto de renda de R$2 milhões, o que levou a um lucro líquido contábil de R$16 milhões (vs. -R$120 milhões no 4T23).

No entanto, ajustando-o para R$15 milhões do impacto do IFRS 16 (DRE vs. fluxo de caixa) e excluindo R$21,5 milhões em itens não recorrentes (R$2,4 milhões em pagamentos de rescisão e -R$23,9 milhões do ajuste em depósito judicial), o lucro líquido ajustado teria atingido R$9 milhões (vs. -R$69 milhões no 4T23).

Sazonalidade desfavorável e maior capex levaram a uma leve alta na alavancagem.

Considerando a típica sazonalidade desfavorável dos 4Ts (especialmente para a dinâmica de capital de giro), a Ânima entregou um fluxo de caixa operacional após capex de R$5 milhões (vs. R$16 milhões há um ano), mostrando um aumento de +52% a/a no capex para R$54 milhões, o que compensou a expansão do EBITDA.

Após contabilizar os pagamentos de juros de R$166 milhões e os passivos de M&A de R$17,7 milhões, a empresa reportou um fluxo de caixa livre de -R$179 milhões.

Consequentemente, a dívida líquida (ex-leasing) aumentou ligeiramente t/t para R$2,88 bilhões. Como resultado, a alavancagem aumentou ligeiramente para 2,80x dívida líquida/EBITDA ajustado vs. 2,71x no trimestre anterior e 3,25x há um ano.


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