O Banco Safra revisou as estimativas para a Braskem (BRKM5), mantendo uma recomendação Neutra e introduzindo um preço-alvo para o final de 2025 de R$18 por ação (de R$ 27/ação), o que implica um potencial de alta de 20%.
A postura cautelosa do Safra reflete a recuperação mais lenta do que o esperado nos spreads petroquímicos, o que, em última análise, limita a geração de caixa da Braskem e atrasa o processo de desalavancagem.
O ciclo de baixa atual parece estar excepcionalmente prolongado, segundo os especialistas do Safra, em grande parte devido a um desequilíbrio persistente entre a nova capacidade entrando em operação (principalmente na Ásia) e o crescimento do consumo global.
Além disso, as incertezas em torno da responsabilidade final associada ao evento de Alagoas continuam sendo um obstáculo. A Braskem causou um grande estrago ambiental em Maceió, devido à extração de sal-gema, que provocou o afundamento do solo e a ruptura de uma mina.
Safra considera recuperação estrutural mais lenta nos spreads da Braskem
As novas estimativas para a Braskem refletem um ritmo mais lento de recuperação dos spreads petroquímicos, o que se traduz em spreads mais estreitos em comparação com ao último relatório de atualização do Safra.
O novo EBITDA ajustado para 2025 e 2026 de US$1,563 milhões e US$1,781 milhões, com margens de 10% e 12%, estão 23% e 25% abaixo, respectivamente, em comparação com as estimativas anteriores.
Além disso, parece que as estimativas de consenso também incorporam esse ritmo mais lento de recuperação, já que, em um período de 6 meses, as estimativas de EBITDA ajustado da Braskem para 2025 e 2026 foram reduzidas em 24% e 21%, respectivamente.
Operações no México com perspectivas de melhora
O início e a subsequente aceleração do terminal de importação de etano em 2025 devem elevar as taxas de utilização para quase 90% no segundo semestre de 2025.
Isso será apoiado por uma capacidade de fornecimento de etano suficiente para atender 120% da demanda operacional atual. Além disso, o terminal permitirá a redução dos custos de importação, compensando parcialmente o aumento esperado nos preços do etano, elevando as margens para 28% e 30% em 2025 e 2026, respectivamente.