A Caixa Seguridade apresentou um fraco resultado no segundo trimestre de 2024, com uma deterioração dos resultados superior ao esperado em relação aos créditos hipotecários relacionados ao Rio Grande do Sul (RS).
O Safra previa R$105 milhões em sinistros relacionados ao efeito da inundação no Rio Grande do Sul, mas o número foi quase duas vezes maior, a R$199 milhões.
Com este efeito pesando nos resultados, sem contar o impacto extraordinário previsto na vida de crédito, o lucro líquido ultrapassou as estimativas do Safra em 7%.
Resultado da Caixa Seguridade no segundo trimestre
O lucro líquido da Caixa Seguridade no 2T24 ficou em R$ 770 milhões (26% de ROE, -6pps t/t), -12% abaixo do consenso da Bloomberg, 7% abaixo do Safra, -17% abaixo do t/t e -6% abaixo do a/a.
No geral, o resultado operacional foi 16% menor (R$879 milhões), com receita de capital 9% abaixo da projeção do Safra. Ajustando-se para o efeito acima mencionado, o lucro líquido normalizado teria sido de R$928 milhões, um t/t baixo e +13% a/a.
Negócio de risco
No setor de seguros, a Caixa Seguridade registrou um PCA de R$2,441 bilhões, +8,6% a/a, impulsionado principalmente pela vida hipotecária (+10,4% a/a) e habitação (+18,2% a/a), que cresceu fortemente e manteve níveis de dois dígitos.
Por outro lado, como esperado, a empresa foi negativamente impactada pela maior taxa de perdas devido aos sinistros relacionados ao RS e ao CEF, que saltou para 59,4% (21,6% no 1T24 e 20,6% no 2T23).
O efeito líquido sobre os resultados foi de R$35 milhões do RS e R$123 milhões do CEF, conforme anunciado anteriormente pela empresa. Negócio de acumulação.
No negócio de acumulação, os números de receita para as pensões foram fracos, o que compensou a melhoria dos desempenhos das obrigações e cartas de crédito premium. As contribuições para a previdência foram de R$ 6,003 bilhões, -3% abaixo da estimativa do Safra e 7,9% abaixo do ano anterior, ainda afetadas pelo aumento da distribuição dos recursos bancários.
As taxas de gestão ficaram em 1,09% (o mesmo nível do trimestre anterior), enquanto os Ativos Sob Gestão cresceram 2,0% t/t (+12,8% a/a) para R$ 163 bilhões.
Negócio de distribuição
As receitas de corretagem subiram 13,4% no ano, impulsionadas principalmente pelo sólido desempenho do segmento de seguros (+16% no mesmo período) e cartas de crédito (+8% no mesmo período).
Resultados financeiros
No geral, os resultados financeiros consolidados renderam 93,3% do CDI no período, +160bps melhor que no 1T e bem acima dos 83,2% do 2T23, representando 33% do lucro líquido, ou R$ 258 milhões.