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ANÁLISE

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CBA: estratégia corporativa resiliente em mercado fluido

A CBA continua monitorando os riscos relacionados à rotação de volume de alumínio devido às tarifas dos EUA


Na terça-feira, dia 15, os analistas do Banco Safra realizaram reunião com a CFO da CBA (CBAV3), Camila Abel, e a diretora de RI, Amabile Silva. A CBA vê fundamentos sólidos de médio prazo para o alumínio, apesar dos preços e prêmios de mercado mais fracos e incertos no curto prazo.

Os ativos de energia permanecem uma força chave, mantendo os custos de alumínio baixos, e a empresa pode entrar em novos PPAs para reduzir o custo médio dos contratos de energia.

A empresa mantém uma estrutura de custos competitiva, prioriza a desalavancagem e a geração de caixa, e planeja realizar projetos de crescimento gradualmente.

Dividendos podem ser discutidos no futuro

As incertezas de curto prazo nos mercados de alumínio podem continuar, mas as perspectivas fortes de médio prazo permanecem inalteradas. Os preços do alumínio foram pressionados devido à alta incerteza em torno da guerra comercial EUA-China.

De acordo com as estimativas do Banco Safra, um preço de US$ 2,400 poderia levar o EBITDA da CBA ao ponto de equilíbrio (alumínio + energia + níquel).

Dito isso, a administração mantém uma visão positiva dos preços do alumínio no médio prazo, apoiada pela demanda incremental vinda da transição energética e investimentos na rede elétrica.

Os prêmios de qualidade também diminuíram em algumas regiões: O prêmio do Midwest dos EUA quase triplicou, enquanto o prêmio de Roterdã da UE caiu de US$300/t para US$190/t.

A empresa continua monitorando os riscos relacionados à rotação de volume de alumínio devido às tarifas dos EUA (atualmente em 25%), o que poderia levar a vendas sendo redirecionadas para mercados fora dos EUA e ampliar ainda mais os prêmios EUA-RoW.

Oferta restrita, curva de custos alta e crescimento limitado da capacidade

A oferta global permanece apertada, e a curva de custos recentemente aumentou devido aos preços mais altos de insumos, como pasta de ânodo, soda cáustica e coque, sem grande reversão até agora.

De acordo com a CRU, no final de 2024, o primeiro quartil da curva de custos estava em US$2,200/t, a mediana em US$2,500/t, e o percentil 90 em US$2,900/t.

Essas estimativas podem cair quando a recente queda nos preços da alumina for incorporada. Dito isso, os custos ainda seriam altos em relação aos preços spot, e as fundições podem fechar rapidamente, mas levam cerca de seis meses para reiniciar.

Apesar do aumento acentuado nos preços da alumina nos últimos meses, antes de sua normalização em direção à média histórica, não houve fechamentos de fundições. Estratégia e perspectiva de energia.

O portfólio de energia da CBA está principalmente exposto à autogeração, mas 18% aos PPAs. A empresa recentemente assinou um novo contrato de 50MW por 14 anos a US$33/MWh.

A CBA mantém uma posição “long” em energia, e se o preço spot (PLD) permanecer nos níveis atuais, isso reduziria as perdas na divisão. Quanto ao Mix Auren (US$100/MWh para 100MW até 2028), acreditamos que a dinâmica atual do mercado torna menos provável que a CBA pague multas e avance o fim deste contrato.

A CBA espera receber cerca de R$130 milhões em dividendos relacionados à energia em 2025, distribuídos entre o 2T25 e o 4T25. Estrutura de capital e finanças.

A prioridade atual é a desalavancagem e a alavancagem pode cair para ~2x no 1T25. A meta da administração é levar a dívida bruta abaixo de R$3 bilhões com alavancagem próxima de 1,5x EBITDA até 2025–26. A empresa planeja realizar gestão de passivos e absorver perdas acumuladas através de redução de capital, criando espaço para pagar dividendos em 2026. Para 2025, a CBA estima que poderia gerar R$300 milhões–R$400 milhões em FCF (@ US$2,600/t alumínio e BRL5,80/USD).

O capex anual é projetado em R$800 milhões, com R$500 milhões alocados para manutenção. A CBA revisará seu plano de investimentos anualmente, e para 2025 acreditamos que pode haver pequena flexibilidade na figura projetada.


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