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CCR reduz perdas financeiras e melhora resultados

O Banco Safra mantém a recomendação de Compra para CCR após resultados sólidos no segundo trimestre


A CCR divulgou um resultado sólido no segundo trimestre de 2024, praticamente em linha com as estimativas do Banco Safra. A empresa apresentou forte crescimento de lucro líquido, com um crescimento de 102,5% a/a para R$ 411 milhões (-3% vs. Safra e 2% acima do consenso), seguindo os bons números de tráfego divulgados anteriormente em todas as suas divisões, sustentando o crescimento de receita, que foi ajudado por custos controlados e impulsionado por uma redução de 9,8% em suas despesas financeiras líquidas.

O Banco Safra mantém a recomendação de Compra para CCR. Com base em estimativas, a CCR está atualmente sendo negociada a uma TIR real de 11,9%, ~554bps acima do rendimento das títulos públicos indexados à inflação do Brasil (NTN-Bs 2035), atualmente em ~6,3%.

Receita Líquida Ajustada da CCR

As receitas líquidas (ex construção) cresceram 12,5% no ano, para R$ 3,7 bilhões, com a melhoria anual explicada por:

  • (i) aumento de 8,7% nas receitas das estradas com pedágio a/a, para R$2,0 bilhões, impulsionado por um aumento de 5,3% a/a dos volumes de tráfego comparáveis (excluindo ViaSul), que foram impulsionados pelo início das cargas de eixos suspensos (3,3% do tráfego comercial). Incluindo o ViaSul, cujo volume foi impactado negativamente pelas chuvas no Estado do Rio Grande do Sul, o tráfego total aumentou 3,8% a/a; além disso, suas tarifas médias aumentaram 5,8% a/a, após a passagem da inflação no período;
  • (ii) crescimento de 17,8% a/a em receita ajustada de ativos de mobilidade para R$994 milhões, explicada pelo aumento de 7,8% a/a do volume de passageiros transportados mais um aumento de 1,4% a/a em suas tarifas, apesar de ter sido impulsionado pelo aumento de 120% a/a de receitas ajustadas dos ativos financeiros, para R$213 milhões; e
  • (iii) um aumento de 16,8% a/a da receita ajustada seus aeroportos para R$502 milhões (excluindo R$192 milhões em receitas não recorrentes do rebalanceamento de contratos da Aeris), após o aumento de 9,3% a/a no volume de tráfego e 6,0% a/a na tarifa média.

O EBITDA ajustado da CCR atingiu R$ 2,2 bilhões, +14,5% a/a (em linha com a estimativa do Safra), enquanto a margem ajustada do EBITDA aumentou 101bps no ano, para 58,6%.

A expansão da margem de EBITDA foi impulsionada principalmente pelo aumento na receita, mas foi impulsionada ainda mais pelo menor aumento em seu CMV líquido ajustado, com +10,7% a/a, que foram impulsionados principalmente por:

  • (i) um aumento de 8,4% a/a em seus custos rodoviários de portagem para R$712 milhões, impulsionado pela recuperação da pavimentação em MSVias (R$38 milhões), que impulsionou os custos com terceiros, em alta de 20,6% para R$202 milhões, resultado parcialmente compensado pela redução de 6,5% no ano de custos com pessoal, devido aos custos transferidos para o Centro de Serviços Compartilhados (CSC);
  • (ii) Aumento de 4,8% no ano dos custos com caixa da Mobilidade, para R$481 milhões;
  • (iii) Aumento de 7,6% no ano dos custos com caixa dos aeroportos, para R$258 milhões; e
  • (iv) Aumento de 38,1% no ano dos custos com Holding, CSC e Serviços, para R$246 milhões, após a transferência de custos das subsidiárias para o CSC, o aumento de 4,9% no ano médio dos salários e os R$20 milhões em despesas relacionadas ao Plano de Aceleração do Valor.

Os menores gastos financeiros impulsionaram ainda mais o lucro líquido da empresa. A receita líquida aumentou 102,5% no ano, para R$ 411 milhões. Além do bom desempenho operacional, as despesas financeiras líquidas da CCR caíram 9,8% a/a, para R$748 milhões, com a taxa de juros mais baixa compensando o crescimento de 11,9% a/a em sua dívida líquida.

No entanto, a alavancagem da empresa medida por sua dívida líquida/EBITDA ajustado ficou praticamente estável na comparação trimestral, em 3,0x.

Por fim, o resultado operacional e financeiro positivo foi parcialmente ofuscado pelo aumento de 23% no imposto acumulado no período, A taxa de imposto aumentou para R$272 milhões no 2T24, devido ao aumento de 315bps em sua alíquota fiscal, para 49%.


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