A CCR promoveu dia 28 o seu Investor Day, apresentado por seu presidente, Miguel Setas, e sua equipe de gestão. Os executivos apresentaram as ações por trás do recente desempenho operacional da CCR, bem como detalhes dos planos e da estratégia para o futuro, reforçando o foco da empresa na criação de valor sustentável.
Listamos abaixo os destaques da reunião da CCR:
Os principais pilares da CCR para atingir suas metas de longo prazo:
- (i) crescimento rentável e seletivo com o objetivo de sustentar um CAGR de EBITDA de 10 anos de um dígito alto (8%-10%);
- (ii) maiores receitas auxiliares, promovendo vendas de negócios adjacentes, que devem representar ~10% da receita total, dos atuais ~6%;
- (iii) melhoria da eficiência operacional (aproximadamente R$500 milhões em ganhos de eficiência), reduzindo as despesas operacionais em 2026, que deve representar ~38% da receita total (vs. 40% em 2023), enquanto a continuidade da estratégia de crescimento da CCR é baseada em um aumento de receita. 40% em 2023), enquanto melhorias contínuas devem reduzir a despesa operacional para ~35% das receitas até 2035;
- (iv) criação de valor superior sustentando um retorno total para o acionista que excede o custo de capital, enquanto sustenta uma meta de pagamento de dividendos de 50%; (v) forte balanço patrimonial para manter a alavancagem medida pela dívida líquida / EBITDA entre 2. 5x e 3,5x e uma dívida líquida zero no nível da holding; (vi) estrutura de capital ideal consistindo em 60% de dívida e 40% de patrimônio líquido (vs. os atuais 55%/45%);
- (vii) oportunidades de reciclagem de ativos com valor total de R$5 bilhões a R$10 bilhões; e
- (viii) liderança em ESG, com uma meta de usar 100% de energia renovável até 2024.
Otimização de custos da CCR
A empresa detalhou seu plano estratégico para reduzir custos e despesas de caixa nos próximos anos, dividindo suas metas em dois horizontes de tempo.
Para o curto prazo, a CCR projeta uma redução de custos de R$500 milhões, impulsionada por uma queda de 20% nos custos de energia (~R$60 milhões), uma redução de 30% no quadro de funcionários da holding, maior uso de tecnologia, centralização de compras, centro de serviços compartilhados, entre outras iniciativas.
No longo prazo, a empresa tem como meta um índice de despesa operacional (caixa)/receita líquida inferior a 35% até 2035, o que deverá ser alcançado por meio de mais de 100 iniciativas de otimização.
Programa de reciclagem de capital. O Sr. Perez, CFO da CCR, reiterou que a empresa vê o potencial de reciclar ativos com valor total de R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões até 2035, com o objetivo de alocar capital em novas oportunidades de investimento com maior rentabilidade.
Segundo o executivo, a maior parte dos ganhos desse processo de reciclagem viria das unidades de negócios Mobilidade e Aeroportos, sendo que as principais alavancas seriam:
- (i) destravar valor das plataformas atuais;
- (ii) desinvestir concessões maduras e selecionadas; e
- (iii) vender participações minoritárias em ativos. Além disso, a empresa está avaliando parcerias estratégicas para mitigar os riscos e adquirir novos projetos com retornos positivos.
Oportunidades de criação de valor
A CCR está estudando um aditivo aos seus contratos relacionados às concessões de mobilidade ViaQuatro, ViaMobilidade Linhas 5 e 17, e Metrô Bahia.
Na ViaQuatro, o projeto de extensão inclui duas novas estações, com um investimento de R$3,4 bilhões, que deverão acrescentar ~80.000 passageiros/dia à sua rede.
Com relação aos projetos de extensão das Linhas 5 e 17, há 2 novas estações a serem construídas, que requerem investimentos de R$3,4 bilhões e devem adicionar 110.000 passageiros/dia.
Finalmente, no Metrô Bahia, a CCR está discutindo a expansão de uma estação na Linha 1, com investimentos de R$1,2 bilhão e acréscimo de 18.000 passageiros/dia, e uma estação adicional na Linha 2, com investimento previsto de R$3,4 bilhões e acréscimo de 37.000 passageiros/dia.
Potencial reequilíbrio de contratos. A CCR está discutindo com os poderes concedentes o reequilíbrio dos contratos relacionados ao VLT Carioca, Quiport e BH Airport devido à COVID-19.
Em relação ao Metrô Bahia, há discussões sobre o risco de demanda compartilhada e o reequilíbrio pré-operacional relacionado à implantação das Linhas 1 e 2.
Na ViaQuatro, a empresa está tratando do reequilíbrio em relação ao atraso na construção da Fase 2, enquanto na ViaMobilidade (Linhas 8 e 9), o reequilíbrio está relacionado ao atraso no retorno dos trens.
Além disso, há negociações envolvendo a Aeris Airport e Curaçao, uma vez que a CCR pretende incluir investimentos adicionais no projeto.
Por fim, a renegociação do contrato da Msvias (ou sua rescisão) está mais próxima de ser concluída, o que deve melhorar seu retorno ou reduzir seu peso no resultado consolidado da CCR. O evento reforçou nossa visão positiva sobre a CCR, e mantemos nossa recomendação de
Compra de ações
O banco Safra espera que a empresa continue a se beneficiar do ambiente regulatório mais robusto, enquanto sua busca incessante por melhorias de eficiência deve continuar a contribuir para seu desempenho operacional no futuro.
A empresa está sendo negociada atualmente a uma TIR real de 11,6%, ~547bps acima do rendimento dos títulos vinculados à inflação do Brasil (NTN-Bs 2035), atualmente em ~6,2%.