A CCR (CCRO3) divulgou um resultado neutro no quarto trimestre de 2024, segundo análise do Banco Safra. A empresa apresentou um desempenho operacional ligeiramente positivo, com crescimento do EBITDA de 5,2% a/a, para R$2,0 bilhões (-9% vs. Safra e 4% abaixo do consenso), seguindo o bom volume de tráfego previamente divulgado em Mobilidade Urbana e Aeroportos, apoiando seu crescimento de 9,3% a/a na receita líquida ajustada.
No entanto, a margem EBITDA consolidada da CCR caiu 204bps a/a, devido a despesas mais altas para apoiar seu plano de reestruturação interna e eficiência. Enquanto isso, o lucro líquido ajustado caiu 9% a/a, para R$360 milhões.
Safra mantém a recomendação de Compra para CCR
Com base nas estimativas do Safra, a CCR está atualmente sendo negociada a uma TIR real de 14,5%, 668bps acima do rendimento dos títulos indexados à inflação do Brasil (NTN-Bs 2035), atualmente em ~7,8%.
A receita líquida ajustada da CCR cresceu 9,3% a/a para R$3,8 bilhões, como consequência de:
- (i) um aumento de 5,7% a/a nas receitas de rodovias com pedágio, para R$2,3 bilhões, impulsionado por um aumento de 1,1% a/a no volume total de tráfego e um aumento de 4,5% a/a nas tarifas médias;
- (ii) um aumento de 17,3% a/a nas receitas ajustadas de Aeroportos, para R$570 milhões, impulsionado pelo aumento de 22% nas receitas aeroportuárias e comerciais, para R$586 milhões, impulsionado pelo aumento de 9,1% a/a no número de passageiros embarcados, mas suavizado pela queda de 40% a/a em outras receitas, seguindo a forte base de comparação devido a um ganho não recorrente de R$28 milhões reconhecido no 4T23 relacionado a perdas da pandemia de COVID-19 para o Aeroporto de BH; e
- (iii) uma queda de 44% a/a nas receitas ajustadas de ativos de mobilidade, para R$1,1 bilhão, explicada principalmente pela queda de 77% a/a nas receitas de seus ativos financeiros, para R$271 milhões, seguindo a forte base de comparação no 4T23, quando a empresa reconheceu um ganho de R$981 milhões do reequilíbrio financeiro dos contratos dos ativos ViaQuatro e ViaMobilidade, também relacionado a perdas da pandemia de COVID-19.
No entanto, a receita tarifária dos ativos de mobilidade cresceu 10,3% a/a, impulsionada principalmente pelo aumento de 7,6% a/a no volume de tráfego de passageiros.
O EBITDA ajustado da CCR foi de R$2,0 bilhões, +5,2% a/a (9% abaixo da estimativa do Safra), mas sua margem EBITDA ajustada caiu 204bps a/a para 53,2%. A melhoria anual no EBITDA é explicada principalmente pelo aumento visto na receita recorrente da empresa, além de uma leve melhoria nas margens das unidades de negócios da CCR.
No entanto, a queda na margem EBITDA consolidada é explicada por um aumento nas despesas da holding, impulsionado por custos mais altos de pessoal para a transferência de funcionários para um centro de serviços compartilhados (CSC), despesas mais altas com serviços de terceiros com a adição de R$33 milhões para serviços de consultoria relacionados ao Plano de Aceleração de Valor da CCR, e R$27 milhões em despesas adicionais para novas licenças de software.
O lucro líquido ajustado caiu 8,6% a/a para R$360 milhões (19% abaixo da estimativa do Safra). As despesas financeiras líquidas da CCR aumentaram 4,8% a/a para R$808 milhões, impulsionadas principalmente por um aumento de 18% a/a para R$768 milhões nas despesas com juros sobre sua dívida bruta mais alta (+10,5% a/a) e um aumento de 30% nas perdas cambiais, para R$314 milhões.
Enquanto isso, a alavancagem da empresa, medida pela dívida líquida/EBITDA ajustado dos últimos doze meses, permaneceu estável em uma base trimestral, em 3,1x no 4T24.