A Cogna Educação relatou resultados operacionais razoavelmente em linha com as estimativas do Banco Safra e um lucro por ação (LPA) ligeiramente abaixo do esperado, com a unidade Kroton sendo o destaque positivo dada sua sólida
expansão de margem, juntamente com algum crescimento de receita.
A Vasta imprimiu números de assinaturas decentes, apesar de uma contração significativa na lucratividade., segundo a análise do Safra.
A receita líquida consolidada chegou a R$ 1,4 bilhão (+3% a/a e 2% abaixo da Safra), impulsionada pelas divisões Med e DL da Kroton e pela Vasta.
O EBITDA ajustado foi de R$ 486 milhões (+13% a/a e 8% acima de nossas estimativas), rendendo uma forte margem de 33,6%, +292 bps a/a , ajudado por uma redução substancial nas despesas gerais e administrativas da Kroton, que foi ajudada por uma reversão de provisão de pensão de R$ 35 milhões.
Finalmente, o lucro líquido ajustado foi de R$ 51 milhões, 6% abaixo de nossa estimativa de R$ 55 milhões.
O Banco Safra mantém recomendação Neutra para COGN3, pois não vê risco-retorno convincente na avaliação atual, especialmente em comparação com outros nomes do setor.
Resultados da Kroton
Receita sobe 5% a/a; EBITDA sobe 20% a/a.
A receita da Kroton chegou a R$ 1,088 bilhão (+5% a/a e 2% acima de nós), apoiada por aumentos em suas bases de alunos de ensino a distância (EAD) e medicina (19% e 11% a/a ), apesar do fraco tíquete médio nesses segmentos (-1% e -1% a/a ).
No segmento de cursos presenciais, tanto a base de alunos quanto os preços ficaram em -1% a/a . Além disso, o EBITDA recorrente cresceu 18% a/a para R$ 469 milhões, gerando uma margem de 43,2% (+4,9 pps a/a ) devido a despesas G&A muito menores (de uma participação de 12,2% da receita líquida no 2T23 para 8,5% neste trimestre), juntamente com uma redução na relação entre PDD e ROL de 11,2% para 10,4%, em razão da redução contínua da participação do
programa de empréstimo privado (PEP) na receita líquida (2,5% no 2T24 versus 4,2% no 2T23).
Vasta e Saber foram os destaques do trimestre
A receita da Vasta atingiu R$ 294 milhões (+8% a/a ), ajudada por um aumento de +33,5% no conteúdo principal, apesar da queda de 12% nas soluções complementares.
O EBITDA foi de R$ 22 milhões (-30% a/a ), gerando uma margem de 7,6% (-41 bps a/a ) devido a maiores despesas com vendas e um aumento de 3,1 pps a/a no PDA como uma porcentagem da receita líquida.
Por fim, a Saber registrou receita líquida de R$ 73 milhões (-167% a/a ), parcialmente explicada pelo pior desempenho e subsequente venda das operações de livros didáticos de ensino superior (SETs).
O efeito no PNLD (-28% a/a ) se deve à sazonalidade do negócio. Em outros lugares, o PDA veio 50 bps melhor a/a. Como resultado, o EBITDA da Saber chegou a -R$ 10 milhões (vs. -R$ 2 milhões no 2T23).
Impressão de fluxo de caixa fraca
Após contabilizar despesas de capital e pagamentos de juros, o fluxo de caixa operacional da empresa foi negativo em R$ 159 milhões, o que foi impulsionado principalmente pela dinâmica desfavorável do capital de giro, com R$ 84 milhões em pagamentos antecipados a fornecedores.
Além disso, maiores despesas financeiras, incluindo R$ 103 milhões relacionados ao pré-pagamento de dívidas, contribuíram para o fluxo de caixa operacional negativo.
Apesar disso, a dívida líquida diminuiu em R$ 28 milhões na base trimestral, atingindo R$ 4,52 bilhões. O índice de alavancagem permaneceu relativamente inalterado em 2,5x vs. 2,6x no trimestre anterior.
O Safra destaca que a Cogna conduziu um interessante processo de gestão de passivos no 2T24, reduzindo sua dívida total em R$ 547 milhões, diminuindo o custo da dívida em 97 bps (dívida nova vs. quitada) e estendendo o prazo da dívida nova para 43 meses, em comparação com 10 meses para a dívida quitada