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ANÁLISE

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Incerteza não abala consumo de itens não essenciais

Aperto dos juros pode afetar negativamente muitas empresas de consumo discricionário, dada sua dependência significativa do ciclo econômico


O banco Safra atualizou os preços alvo e estimativas para o setor de Consumo Discricionário (não essencial) para o final de 2025, após incorporar os resultados recentes de 2024 das empresas e as novas tendências observadas em 2025.

O ano de 2025 começou de forma positiva para o desempenho da receita, com as vendas mantendo o impulso saudável do quarto trimestre de 2024. Assim, as empresas que demonstraram maior disciplina de custos e despesas, juntamente com forte geração de caixa em 2024, conseguiram se destacar de seus pares.

Os analistas do Safra permanecem vigilantes sobre os potenciais riscos associados ao aperto do ciclo monetário, que pode reduzir o poder de compra dos clientes e desacelerar ainda mais a atividade econômica em 2025.

Este cenário pode afetar negativamente muitas empresas de Consumo Discricionário, dada sua dependência significativa do ciclo econômico.

Considerando isso, o Banco Safra mantém a preferência por nomes que possuem melhores vantagens competitivas em termos de crescimento e um balanço patrimonial desalavancado. Portanto, mantém a recomendação de Compra para C&A (CEAB3) e coloca a ação de volta como a posição de principal escolha no setor (Compra, Preço Alvo R$16,5/ação de R$12,0/ação).

A C&A apresentou forte impulso de ganhos nos últimos trimestres e negociou a uma avaliação barata em comparação com outros nomes em nossa cobertura, uma tendência que deve continuar. O Safra espera um CAGR de receita de 7,5% de 2024–27 e as iniciativas para melhorar a mistura devem impulsionar uma expansão de margem EBITDA de 1,5 pps no mesmo período.

Com um P/L de 10,0x em 2025 e um desconto de ~10% em relação à média em nossa cobertura discricionária, a ação oferece um potencial de alta sólido enquanto é uma opção defensiva.

Além disso, o Safra rebaixou Renner (NREN3, Neutra, Preço Alvo R$14,0/ação de R$17,5/ação) para Neutra, de Compra, e elevando Guararapes (GUAR3, Compra, Preço Alvo R$8,5/ação de R$7,5/ação) para Compra, de Neutra.

O Safra informou que está mudando a preferência entre os jogadores de vestuário, pois mudanças recentes nas expectativas para ambas as empresas em 2025 levaram os múltiplos da LREN a se tornarem mais caros, enquanto os da GUAR se tornaram mais acessíveis.

Para Renner, o Safra antecipa desafios de lucratividade em 2025 devido a despesas mais altas do que o esperado, impulsionadas por maiores esforços de marketing para apoiar as vendas e maior participação nos lucros.

No geral, o banco espera um CAGR de ganhos de 6,4% para 2024–27 e vemos a ação negociando a um P/L caro de 10,6x em 2025, dada a deterioração nos fundamentos. Enquanto isso, para Guararapes, a divisão de mercadorias mostrou fortes vendas e eficiência de custos, enquanto a divisão financeira se recuperou em 2024 com uma expansão de margem de 9 pps, apesar de um aumento de 2,6 pps nas despesas em relação às receitas. O Safra antecipa um CAGR de ganhos de ~30% para 2024–27 e vemos a ação negociando a um P/L descontado de 8,9x em 2025.

O Safra também manteve as classificações anteriores para Smart Fit (Compra, Preço Alvo R$26,0/ação de R$24,0/ação), Vivara (Compra, Preço Alvo R$26,0/ação de R$27,5/ação), AZZAS (Compra, Preço Alvo R$38,0/ação de R$46,0/ação), Grupo SBF (Neutra, Preço Alvo R$12,5/ação de R$12,5), e Alpargatas (Neutra, Preço Alvo R$7,5/ação de R$7,0).

Resultados do 1T25

O Safra espera que a SMFT seja o destaque do trimestre, pois a empresa deve manter sua forte tendência de crescimento de vendas, enquanto entrega expansão de lucratividade devido à diluição de despesas, embora as despesas financeiras ainda devam ser impactadas por maior alavancagem, como visto no 4T24.

Perdedores: o Safra acredita que a receita e a lucratividade da ALPA devem permanecer pressionadas devido a uma recuperação mais lenta do que o esperado na divisão internacional. Além disso, a SBFG deve apresentar crescimento de receita abaixo da inflação no trimestre, enquanto a margem EBITDA deve ser pressionada pela perda de
alavancagem operacional na divisão de atacado.

Atenção aos riscos:

  • (i) Impacto de novos aumentos nas taxas de juros sobre o consumo discricionário;
  • (ii) política de empréstimos e qualidade da carteira; e
  • (iii) execução e integração de fusões e aquisições

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