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Copel tem recomendação de compra e novas estimativas

Seguindo o novo cenário macro e resultados recentemente divulgados, o Safra atualizou as estimativas e introduziu novo preço-alvo para a Copel


As ações da Copel (CPLE3) registraram desempenho abaixo do Ibovespa e de alguns pares (-6% de performance 1-ano, excluindo dividendos, vs. -5% para o IBOV e -1% para o desempenho combinado das empresas de energia integradas), apesar de terem reduzido custos, vendido ativos não-core e mantido a disciplina na alocação de capital.

O desempenho reflete parcialmente as preocupações com a alocação de capital no futuro pós-privatização, segundo análise do Banco Safra; no entanto, está longe de seu potencial total, considerando que a empresa está operando a 7,0x 2025 EV/ EBITDA, deve entregar um crescimento composto de EBITDA de 13% ao ano por 3 anos (devido à revisão tarifária prevista para 2026), e tem níveis de alavancagem saudáveis (dívida líquida 3x/ EBITDA fim de ano de 2025 e 2,1x para 2026), o que oferece espaço para um bom fluxo de dividendos (média 5,1%).

O Banco Safra mantém a recomendação de compra, já que as melhorias pós-privatização estão longe de ser precificadas e a Copel oferece estabilidade para enfrentar um cenário macro mais difícil.

Seguindo o novo cenário macro e resultados recentemente divulgados, o Safra atualizou as estimativas e introduziu novo preço-alvo para 12 meses de R$ 10,00/11,10 para CPLE3/CPLE6 (de R$ 11,30/12,30), gerando um retorno total de ~20,8% (incluindo dividendos), o que justifica a recomendação de Compra.

Nos preços atuais das ações, o Safra vê a empresa operando em uma atrativa TIR implícita de 13,1% real.

A Copel é uma empresa integrada com grande exposição a ativos de geração de alto fluxo de caixa/alta margem (55% do EBITDA vem das unidades Geração e Transmissão) e tem uma unidade Distribuição com potencial de crescimento decente (3,8% vs. 3,2% de PIB nos últimos 3 anos) e baixos níveis de delinquência e taxa de perdas.

A Copel também tem muito espaço para melhorar as operações, já que a empresa foi privatizada em 2023. Além disso, a dívida líquida/EBITDA da empresa de 1,6x (no 3T24) está abaixo da média do setor de 2,5x e o capex deve diminuir rapidamente após a revisão tarifária prevista para 2026 (o Safra estima que a dívida líquida/EBITDA estará abaixo de 2x após a revisão), o que permitirá à empresa considerar a revisão de sua política de dividendos (provavelmente aumentando os pagamentos).

Nos últimos 12 meses, a Copel vendeu 15 ativos

Em agosto de 2023, a Copel foi privatizada e, desde então, conseguiu apresentar resultados positivos importantes, que renderam um crescimento do EBITDA de 10,8%.

Atualmente, a empresa não está apenas reforçando as medidas de custo-eficiência já implementadas (que incluem um corte adicional de R$ 100 milhões em relação ao plano original de privatização), mas também está visando novas iniciativas para liberar valor, como uma nova metodologia de compensação (pagamentos variáveis mais altos com base em métricas de retorno total) e melhoria do segmento de negociação de energia (28% da energia da empresa está disponível para venda em 2026), entre outras iniciativas.

Alteração nas estimativas

O Safra atualizou os modelos de análise para incluir:

  • (i) ajustes tarifários recentes e resultados em todo o 3T24;
  • (ii) a curva de capex prevista para 2025-2028, refletindo parcialmente as novas orientações da empresa;
  • (iii) pressupostos macro atualizados, resultando em um leve aumento de volume de 0,5% em 2025;
  • (iv) uma curva ajustada do preço da energia, com base na orientação atualizada no Dia do Investidor;
  • (v) um portfólio de ativos atualizado para refletir as vendas concluídas em 2024 e permutas de ativos;
  • (vi) exclusão de dividendos já anunciados; e
  • (vii) um novo custo de capital próprio de 14,2%.

Os principais riscos incluem:

  • (i) operações ineficientes resultantes de um cenário macro difícil;
  • (ii) volatilidade devido aos preços a longo prazo da unidade Geração;
  • (iii) distribuição de dividendos inferior ao esperado; e
  • (iv) decisões de alocação de capital pobres.


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