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Cury é a principal escolha do Safra entre as construtoras

A Cury continua sendo a melhor dentro do programa Minha Casa, Minha Vida, com um rendimento de dividendos adicional de 16% até o final de 2026, segundo o Safra


O banco Safra atualizou as estimativas para a Cury (CURY3), definindo um novo preço-alvo para o final de 2025 de R$34,0 por ação (de R$29,0/ação).

Na avaliação do Safra, a Cury está exclusivamente posicionada para continuar aumentando seus lançamentos sem aumentar os riscos de execução, enquanto a empresa se destaca como um dos principais beneficiários de uma nova rodada de incentivos no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

O Safra também vê riscos limitados de queda, pois as preocupações com a inflação da construção diminuíram e o financiamento de habitação de baixa renda não deve ser um problema no curto prazo.

O risco de execução deve permanecer contido à medida que a empresa continua a aumentar os lançamentos. Enquanto seu Valor Geral de Vendas (PSV) de lançamentos expandiu quase 2,5 vezes nos últimos três anos, o número de projetos lançados cresceu em um ritmo significativamente mais lento.

Enquanto isso, o total de unidades lançadas saltou 64%, refletindo amplamente a recente mistura de lançamentos da Cury e o aumento no número médio de unidades por projeto de 486 em 2021 para 650 no 1T25.

Notavelmente, o banco de terrenos da empresa possui uma média de 930 unidades por projeto, o que deve fomentar seu crescimento futuro. A Cury também tem um pipeline de 20 mil unidades para serem entregues em 2025, o que deve aliviar a pressão sobre a engenharia, pois representa mais de 50% de todas as unidades atualmente em construção e está aproximadamente em linha com as 20,8 mil unidades lançadas em 2024.

A Cury deve ser um dos principais beneficiários da nova rodada de incentivos do MCMV. O programa deve passar por revisões na próxima reunião do Conselho Curador do FGTS amanhã (15).

Além dos aumentos modestos esperados na faixa superior de todas as faixas de renda (~4%–7%), o Conselho também deve aprovar a criação de uma nova faixa de renda voltada para famílias de renda média (“Faixa 4”) destinada a famílias com renda mensal de até R$12 mil e um teto de preço de R$500 mil. Notavelmente, cerca de 30% das vendas da
empresa ocorrem fora do programa MCMV—mas devem cair para apenas ~5% com a implementação da Faixa 4.

Os novos incentivos podem se tornar mais um fator de crescimento futuro da Cury, apoiando preços de venda médios mais altos sem aumentar os riscos relacionados à construção.

Os riscos relacionados ao MCMV diminuíram significativamente

A inflação da construção (INCC) mostrou sinais de desaceleração nos últimos meses, refletindo principalmente uma perspectiva melhor para os custos de insumos devido a um BRL mais forte e preços mais baixos do aço.

Como resultado, os dados anualizados desde o início do ano apontam para uma inflação do INCC de 6%, abaixo tanto da impressão de 7,3% nos últimos 12 meses (LTM) quanto das suposições mais conservadoras incorporadas nos orçamentos atuais das construtoras.

No lado do financiamento, os desembolsos acompanharam o orçamento anual, enquanto ainda há espaço para realocação de outras linhas de financiamento ou suplementação adicional.

Avaliação ainda parece atraente, apesar do rali recente

As ações da empresa lideraram o gráfico de construção de casas com um rali de 56% Desde o início do ano (vs. um ganho de 8% do Ibovespa). Embora tal rali tenha contribuído para um prêmio de avaliação de 50% (8,6x P/L 2025 vs. média de 5,7x dos pares de baixa renda), o Safra vê isso como justificado, dados seus fundamentos mais fortes em meio a
condições macro globais voláteis.

Na visão do banco Safra, a Cury continua sendo o melhor veículo para jogar o programa MCMV, com um rendimento de dividendos adicional de 16% até o final de 2026 e um P/L ainda atraente de 6,4x para 2026 (vs. sua média de 2 anos à frente de 6,5x), que cai para 6,1x quando considerando a previsão de dividendos para o ano.

Atenção aos riscos

Os especialistas do Safra destacam os seguintes riscos:

  • (i) inflação da construção maior do que o esperado pressionando os níveis de lucratividade, pois as parcelas da hipoteca não são ajustadas pelo INCC no modelo de crédito associativo;
  • (ii) desembolsos do FGTS mais fortes do que o esperado, dadas as condições melhoradas do programa MCMV, levando a uma escassez de financiamento; e
  • (iii) aumento na taxa de desemprego, reduzindo a acessibilidade das famílias e novos depósitos do FGTS, que sustentam o programa MCMV

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