A Dasa registrou EBITDA ajustado ligeiramente melhor que o esperado devido a uma surpresa na receita e margem em linha, que melhorou em relação ao ano anterior como resultado de um rígido controle de despesas. O EBITDA ajustado ficou 4% acima do estimado pelo Safra e 3% acima do consenso.
Abaixo do EBITDA, menores despesas financeiras líquidas contribuíram para um prejuízo líquido menor do que o esperado.
Com base na captação de capital (AFAC) de R$ 1,5 bilhão, no controle dos investimentos e na operação de financiamento de recebíveis de R$ 430 milhões, a empresa conseguiu reduzir a alavancagem financeira para 3,5x Dívida líquida/EBITDA de 4,2x Dívida líquida/EBITDA no trimestre anterior, conforme definição da empresa, compensando o aumento orgânico do endividamento.
O Safra mantém a recomendação de Compra devido aos fortes ativos que a Dasa possui e ao compromisso da administração e dos acionistas controladores com a recuperação da empresa, o que pode render frutos no longo prazo, embora
os analistas do banco acreditem que as ações provavelmente continuarão a enfrentar alta volatilidade até que os resultados operacionais melhorem significativamente.
Dasa hospitais e oncologia
A receita líquida de R$ 2,030 bilhões da unidade de hospitais e oncologia (BU1) aumentou 10% A/A, impulsionada pelo crescimento de 4% A/A no paciente-dia e +7% A/A no ticket médio, principalmente devido às contribuições do segmento de oncologia (+24% A/A) e uma maior taxa de ocupação (+244bps A/a para 81,7%), embora as glosas tenham permanecido elevadas (representando 1,7% da receita líquida) e impactado negativamente o faturamento.
A margem bruta foi pressionada em 25bps A/a. Porém, se normalizarmos o nível de glosa ao modelo estatístico revisado de provisionamento implementado no 4T23, a margem bruta teria sido, na verdade, 120bps maior em relação ao mesmo período do ano anterior.
Diagnóstico, cuidados coordenados e outros
O volume de exames do segmento Diagnóstico, Cuidados Coordenados e Outros (BU2) aumentou 7% A/a, impulsionado pelos exames de dengue, enquanto o preço médio por exame aumentou 2% A/a, levando a uma receita líquida de R$ 1,926 bilhão (+8% A/a e 1% abaixo da nossa projeção).
Consequentemente, a margem bruta ajustada atingiu 34% (+175bps A/a e 205bps abaixo da nossa estimativa).
A receita líquida consolidada atingiu R$ 3,956 bilhões (+9% A/a e +6% T/t), 5% acima da nossa estimativa e +3% acima do consenso.
O EBITDA ajustado atingiu R$ 668 milhões (+18% A/a, +4% vs. Safra e +3% vs. consenso), com uma melhoria de 128bps A/a na margem EBITDA ajustada para 16,9% (-11ps vs. Safra).
Por último, os resultados financeiros permaneceram pressionados pela elevada alavancagem, embora a descida das taxas de juro tenha contribuído para uma redução nos resultados financeiros líquidos em termos homólogos.
Como consequência, o prejuízo líquido ajustado atingiu -R$ 100 milhões (39% melhor que nossa estimativa e 8% pior que o consenso) vs. um prejuízo líquido ajustado de -R$ 257 milhões no 2T23 e -R$ 176 milhões no 1T24.
Alavancagem, capital de giro e glosas. Considerando a redução significativa do capex para R$ 85 milhões (ante R$ 158 milhões no 2T23), os R$ 1,5 bilhão de capital captado (AFAC) e a operação de financiamento de recebíveis de R$ 430 milhões, a empresa conseguiu reduzir sua dívida líquida para R$ 8.391 milhões no 2T24 (DL/EBITDA de 3,5x) vs. dívida líquida de R$ 9,623 bilhões no 1T24 (DL/EBITDA de 4,2x) e R$ 8.981 milhões (DL/EBITDA de 4,4x) no 4T23.
O capital de giro deteriorou-se no 2T24 devido à redução dos dias de contas a pagar, que atingiu 30 dias (de 32 dias no 1T24), aliado ao aumento dos dias de contas a receber, que ficou em 108 dias (de 106 dias no 4T23), parcialmente compensado por uma queda de 1 dia T/t em dias de estoque.
Em relação às glosas, o percentual da receita bruta deteriorou-se ligeiramente na comparação trimestral.