A Eletrobras (ELET3) mostrou fortes resultados em IFRS, com EBITDA ex – equivalência patrimonial atingindo R$ 11,411 bilhões (vs. estimativa do Safra de R$ 4,9 bilhões e R$ 5,5 bilhões do consenso do mercado), refletindo principalmente:
- (i) um ganho de R$ 1,3 bilhão do acordo de Tucuruí;
- (ii) uma reavaliação não monetária de R$ 6,1 bilhões dos ativos de transmissão, devido a uma revisão tarifária.
O EBITDA ajustado de R$ 5,7 bilhões (+1,1% a/a) foi 14,3% acima da estimativa do Safra, devido ao desempenho decente dos custos recorrentes e do contrato de Tucuruí (o Safra estima que ele contribuiu com ~R$ 800 milhões para o EBITDA).
Os lucros reportados de R$ 7,1 bilhões se beneficiaram de uma taxa de imposto efetiva menor do que a estimada. Além disso, a empresa publicou um portfólio de energia atualizado para o 3T24, que mostrou apenas uma pequena mudança para 2024/2025 (média de 190 MW) — a empresa não forneceu novas informações para 2026 em diante.
No entanto, a empresa forneceu novo guidance para os preços, que foram 3% maiores do que no 2T24.
O Safra avalia que a Eletrobras apresentou bons resultados recorrentes, mas o mercado está focando nos preços de energia.
Os resultados foram ajudados por alguns ganhos não recorrentes, como de costume, mas os números ajustados ainda foram bons, beneficiados por um desempenho de custo decente, novas negociações para reduzir passivos (o total de empréstimos compulsórios caiu em R$ 900 milhões t/t) e uma nova orientação de preço.
De qualquer forma, o Safra acredita que o mercado continuará focado na redução de riscos no portfólio de energia, pois a empresa ainda precisa de quantidades substanciais de energia disponíveis para venda a partir de 2027.
A nova orientação para preços de energia é um bom sinal, e o Safra acredita que a empresa conseguiu vender energia no 3T24 — o banco aguardará mais informações na teleconferência.
Nos níveis atuais, o Safra vê a empresa sendo negociada a múltiplos excessivamente descontados (R$ 2 milhões por MW instalado, TIR real ~14%).
O Safra mantém a recomendação de Compra para a Eletrobras, embora a volatilidade do preço das ações reflita a incerteza em relação aos preços futuros da energia.