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Eneva tem resultados abaixo do esperado por itens não recorrentes

Os resultados da Eneva foram principalmente impactados por itens não recorrentes, mas os números ajustados ficaram abaixo das expectativas


Os resultados da Eneva (ENEV3) ficaram abaixo das expectativas, principalmente devido aos resultados fracos das unidades de renováveis e de comercialização.

A Eneva reportou um EBITDA ex-equivalência patrimonial de R$ 605 milhões, -42% na comparação anual e 59% abaixo da estimativa do Banco Safra e do consenso, respectivamente.

Os resultados foram afetados pelos seguintes itens não recorrentes:

  • (i) -R$635 milhões relacionados ao impairment das unidades de carvão;
  • (ii) +R$52 milhões relacionados aos efeitos de marcação a mercado (MtM).

O EBITDA comparável de R$1,187 bilhão ainda teria sido 19,9% abaixo da estimativa do Safra e 18,6% abaixo do consenso. O prejuízo líquido reportado de R$ 963 milhões foi significativamente abaixo da estimativa do Safra e foi afetado por itens financeiros não recorrentes.

Resultados da Eneva no quarto trimestre de 2024

As receitas aumentaram 79% a/a, impulsionadas por:

  • (i) receitas mais altas do braço de comercialização, ajudadas por um aumento na energia vendida (+43% a/a), preços de venda de energia mais altos e o recebimento antecipado de recursos sob contratos MtM (+R$726 milhões);
  • (ii) aumento nas receitas da Celse (+70% a/a), ajudado pela comercialização de GNL (+R$582 milhões); e
  • (iii) receitas mais altas do complexo Parnaíba (+46% a/a) impulsionadas pelo início das operações de Parnaíba V e maior despacho no trimestre (72% vs. 37% no ano passado), o que apoiou um aumento nas receitas tanto das operações upstream quanto térmicas.

Jaguatirica atingiu um despacho de 83% (vs. 68% do ano passado), com disponibilidade atingindo 91% neste trimestre (vs. 85% no 3T24).

A energia térmica gerada atingiu 3.884 GWh (+98% a/a), incluindo os ativos recentemente adquiridos. Os custos consolidados (ex-D&A) aumentaram 132% a/a principalmente devido a maiores compras de energia, aumento nos custos variáveis devido a mais geração térmica, novos ativos consolidados e o impacto do impairment de R$ 635 milhões.

O braço de comercialização apresentou um EBITDA negativo de R$ 66 milhões vs. uma estimativa de R$12 milhões. Os resultados do braço upstream foram 14% abaixo de nossa estimativa (+62% a/a) principalmente atribuível a margens mais altas nas receitas variáveis.

Os resultados da Celse foram 16% abaixo de nossa estimativa devido a custos adicionais relacionados à falha na tubulação do riser, enquanto o EBITDA da Futura foi negativo em R$ 12 milhões vs. uma estimativa de R$ 27 milhões principalmente devido a restrições e menor disponibilidade.

O resultado final foi negativamente impactado por itens não recorrentes totalizando R$ 813 milhões (-R$411 milhões relacionados aos impactos MtM nas operações de swap relacionadas ao recebimento antecipado de recursos da Celse e -R$402 milhões devido a mudanças no câmbio).

A alavancagem terminou o trimestre em 2,4x dívida líquida/EBITDA (vs. 3,5x no trimestre anterior), refletindo os recursos do follow-on concluído no 4T24.

Avaliação do Safra

Os resultados da Eneva foram principalmente impactados por itens não recorrentes, mas os números ajustados ficaram abaixo das expectativas devido aos resultados negativos dos braços de renováveis e comercialização. Para o Safra foi um trimestre fraco, impactado por vários itens não recorrentes.

O aspecto positivo do trimestre foi o desempenho melhor do que o esperado das plantas recentemente adquiridas (8% acima de nossa estimativa) e o fato de que a empresa conseguiu quase totalmente compensar os impactos da falha do riser no FSRU Sergipe. Mantemos nossa classificação Neutra principalmente com base no valuation.


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