A Engie reportou EBITDA de R$ 1,960 bilhão (+14,6% a/a ), 18,7% acima da estimativa do Banco Safra e 18,4% acima do consenso.
O lucro líquido reportado chegou a R$ 871 milhões (+18,9% a/a ), 24,0% acima da nossa estimativa e 14,7% acima do consenso.
O EBITDA reportado foi impulsionado por:
- (i) +R$ 262 milhões relacionados à indenização pelo atraso na construção do Complexo Eólico Santo Agostinho;
- (ii) +R$ 57 milhões devido ao reconhecimento das margens de construção das linhas de transmissão sem impactos de caixa;
- (iii) +R$ 31 milhões de plantas de cotas; e (iv) R$ 9 milhões de outros efeitos não recorrentes e não caixa.
O EBITDA ajustado de R$ 1.601 milhões (-15,5% a/a , incluindo resultados de equivalência patrimonial da TAG e ajuste IFRS das usinas de cotas) ficou 3,0% abaixo da estimativa do Safra e 3,2% abaixo do consenso.
A empresa também anunciou distribuição de dividendos de R$ 1,14/ação, equivalente a um dividend yield de 2,6%, ex-data em 22 de agosto de 2024, implicando em um payout de 55%.
Resultados da Engie: análise do Banco Safra
As receitas aumentaram 7,4% a/a como resultado de:
- (i) R$ 262 milhões em receitas não recorrentes de indenização por atrasos na construção do Complexo Eólico Santo Agostinho;
- (ii) maiores receitas de ativos financeiros de Jaguara e Miranda; bem como
- (iii) maiores preços médios de venda devido à aquisição de novos ativos renováveis e ao ajuste pela inflação dos contratos; que foram parcialmente compensados por: (a) a venda da unidade Pampa Sul e (b) menores volumes de
vendas de energia.
O EBITDA ajustado do braço de Geração atingiu R$ 1,279 bilhão, em linha com nossa estimativa. As despesas
consolidadas de PMS atingiram R$ 266 milhões (+2,8% a/a ) e ficaram 5,1% abaixo de nossa estimativa.
Além disso, a TAG registrou um lucro patrimonial de R$ 152 milhões (-26,6% a/a , devido à venda de uma participação de 17,5% no ativo), abaixo da estimativa do Safra de R$ 167 milhões.
O resultado líquido foi explicado principalmente pela contabilização dos ganhos relacionados à indenização, parcialmente compensados por despesas financeiras maiores do que o esperado.
A alavancagem aumentou para 2,4x dívida líquida/EBITDA (vs. 2,3x do último trimestre). Em relação ao balanço energético, o Safra nota que a Engie vendeu ~59MWa sob contratos bilaterais, em média, de 2024 a 2026.
Pagamento de dividendos
Os resultados operacionais ficaram, no geral, ligeiramente abaixo das expectativas devido a resultados menores do que o esperado do braço de Transmissão (principalmente uma incompatibilidade no início das linhas em relação ao modelo do Safra), que foi parcialmente compensada pelo bom controle de custos na unidade GenCo.
Em relação ao balanço energético, a empresa conseguiu vender apenas uma pequena parte de seu portfólio. Além disso, a Engie anunciou um dividend yield de 2,6%. TO Safra tem recomendação Neutra para a Engie.
