A Engie (EGIE3) reportou um EBITDA IFRS de R$1.973 milhões (+9,4% a/a), 10,2% acima da estimativa do Banco Safra e 20,6% acima do consenso, ajudado por:
- (i) +R$132 milhões devido ao reconhecimento das margens de construção de linhas de transmissão usando critérios IFRS, sem impactos em caixa;
- (ii) +R$36 milhões de plantas de cotas, também derivadas de efeitos contábeis IFRS; e
- (iii) +R$39 milhões de outros efeitos não recorrentes não caixa.
O EBITDA ajustado, excluindo TAG e ajustes IFRS, foi 3,5% abaixo da estimativa, 5,4% abaixo do consenso e 5,7% maior a/a, refletindo resultados mais fracos de negociação, os impactos de restrições e maiores despesas.
O lucro líquido reportado foi de R$1.090 milhões (+15,0% a/a), 23,3% acima da estimativa do Safra e 46,1% acima do consenso. A empresa anunciou a distribuição de dividendos de R$0,88/ação (rendimento de dividendos de 2,4%), implicando um índice de pagamento de 55% do lucro líquido ajustado.
Resultados da Engie no trimestre
Os resultados ajustados da Engie ficaram ligeiramente abaixo da estimativa do Safra, principalmente devido a despesas maiores do que o esperado e aos impactos das restrições no braço de Geração, que foram em grande parte compensados pelo desempenho melhor do que o esperado da TAG.
As receitas brutas (excluindo receitas de construção) cresceram 7,7% a/a como resultado de maiores volumes de vendas (principalmente para DisCos) e maiores receitas de transmissão (moderadas em termos regulatórios), que foram compensadas por:
- (i) preços médios de venda mais baixos no portfólio (diferente mix de contratos); e
- (ii) restrições, que limitaram a produção combinada de geração solar e eólica em 8%.
As despesas consolidadas de PMS atingiram R$371 milhões (+34,9% a/a) e ficaram 12,7% acima da estimativa do Safra, explicadas principalmente por aumentos nas despesas com materiais e terceiros.
O EBITDA ajustado do braço de Geração atingiu R$1.401 milhões, 1,8% abaixo da nossa estimativa, enquanto o EBITDA regulatório do braço de Transmissão foi de R$147 milhões (17% abaixo da nossa estimativa).
A TAG registrou um resultado de equivalência patrimonial de R$219 milhões (+0,9% a/a), que foi 17,1% acima da nossa estimativa, ajudado por maiores ganhos cambiais dos contratos Gasene e menores despesas fiscais devido a benefícios fiscais (Sudene).
A superação no lucro líquido foi explicada principalmente pelos efeitos mencionados acima, menores despesas financeiras do que o esperado e uma taxa efetiva de imposto mais alta.
A alavancagem permaneceu estável t/t em 2,7x dívida líquida/EBITDA. Durante este trimestre, a Engie vendeu ~114MWa de 2025–2026 (113 MWa de 2025–2029).
Avaliação do Safra:
Os resultados operacionais da Engie ajustados foram 3,5% abaixo da estimativa do Safra, explicados principalmente por restrições, estratégia de alocação e maiores despesas operacionais.
A TAG mais uma vez mostrou um resultado forte, ajudado por ganhos cambiais e um maior impacto de benefícios fiscais. Em relação aos dividendos, a empresa anunciou um rendimento de 2,4%.
O Banco Safra tem recomendação Neutra para a Engie, com base na avaliação, pois vê a empresa negociando a uma TIR real implícita de 9,5%, abaixo de seus pares.