O EBITDA da Equatorial, de R$ 2,596 bilhões (+9,6% a/a), foi 3,9% acima da estimativa do Banco Safra e 8,2% acima do consenso. O EBITDA divulgado foi afetado por:
- (i) +R$ 43 milhões de efeitos da norma IFRS no ramo transmissão relacionados com as margens de construção sem impactos em caixa;
- (ii) +R$ 170 milhões do efeito do ajuste para a inflação do ativo regulatório (VNR), também sem impacto em caixa; e
- (iii) -R$43 milhões da combinação de diversos itens não recorrentes.
O EBITDA ajustado de R$ 2.426 milhões (+11% a/a) foi apenas ligeiramente abaixo da estimativa do Safra (2,9%) e praticamente em linha com o consenso, com um desempenho de custos gerenciáveis decente, levemente compensado por provisões mais altas e resultados leves da unidade renovável.
O lucro líquido de R$508 milhões (-1,8% a/a) foi 116,0% acima da estimativa do Safra e em linha com o consenso.
A empresa também anunciou um aumento de capital de até 77 milhões ações a R$ 32,5/ação (desconto de 8,3% sobre o último preço de fechamento), implicando uma possível diluição de até 6,18%.
Resultados do 2T24 da Equatorial em detalhe
As receitas foram fortes, com crescimento de 15% e 8,4% acima da estimativa do Safra, impulsionadas principalmente pelo forte crescimento do volume distribuído (+8,0% no ano, com maiores volumes em Amapá, Piauí, Maranhão e Goiás), restruturações tarifárias e atualização de receita nas unidades de transmissão, parcialmente compensado pela menor
produção de vento em Echoenergia.
As despesas consolidadas ajustadas do PMSO foram boas e atingiram R$ 1.044 milhões (+0,1% a/a vs. inflação de 4,2% nos últimos 12 meses e -9,5% vs. Safra).
O EBITDA de R$ 2.067 milhões (+17,0% a/a) foi inferior em 2,8%, apesar dos gastos com PMSO terem ficado 1,9% abaixo do número do Safra, devido aos gastos menores que os esperados em Goiás, Rio Grande do Sul, Piauí, Alagoas e Amapá.
No entanto, as provisões totais foram superiores ao esperado (R$ 75 milhões vs. estimativa do Safra de R$ 36 milhões), afetando as margens.
A delinquência atingiu 1,5% das receitas (-0,41bps t/t) e foi melhor que a estimativa do Safra de 2,4%.
As perdas totais de energia permaneceram estáveis em 18,2%, 10bps abaixo dos níveis regulamentares de 18,3%.
O Echoenergia registrou um EBITDA de R$116 milhões, 9,0% abaixo da estimativa do Safra devido à menor produção eólica (878GWh vs. 1.209GWh esperados) e efeitos de corte (equivalente a 152GWh no trimestre, ou 16,6% do total de energia gerada).
O EBITDA regulatório de transmissão de R$ 280 milhões foi 4,0% acima da estimativa do Safra. A alavancagem diminuiu para 3,2x dívida líquida/EBITDA (vs. 3,3x do último trimestre).
A batida de resultado foi principalmente explicada por menores despesas financeiras e foi parcialmente compensada por uma taxa efetiva mais alta do que o esperado, bem como resultados das minorias.
Avaliação do Safra
Bom controle de custos e melhorias no ano. Aumento de capital anunciado. Embora os resultados ajustados tenham
ficado ligeiramente abaixo da estimativa do Safra (principalmente devido à menor produção de vento, pois a Echoenergia sofreu os impactos dos efeitos de redução) e um pouco mais fraco na unidade de distribuição, o Safra vê um bom controle dos custos gerenciáveis.
Além disso, o EBITDA melhorou no Piauí, Alagoas, Goiás e Maranhão, e a taxa de inadimplência foi boa. O Safra acredita
que o aumento de capital deve reforçar a estrutura de capital da empresa, bem como ajudar a Equatorial a financiar a recente
aquisição da Sabesp.
O Safra mantém uma visão positiva da Equatorial com base em suas operações eficientes e um bom histórico de alocação de capital.
