O EBITDA reportado da Equatorial de R$2.644 milhões (+7,3% em relação ao ano anterior) ficou 1,7% acima da nossa estimativa e 7,6% acima do consenso.
O EBITDA reportado foi afetado por diversos itens não recorrentes, tais como:
- (i) +R$33 milhões de efeitos IFRS no braço de transmissão relacionados a margens de construção, sem impacto no caixa;
- (ii) +R$201 milhões do efeito do ajuste para inflação do ativo regulatório (VNR), também sem impacto no caixa;
- (iii) +R$5 milhões relacionados a efeitos de marcação a mercado; e
- (iv) -R$117 milhões da combinação de vários itens não recorrentes.
O EBITDA ajustado de R$2,523 bilhões ficou 2,9% abaixo da nossa estimativa, mas 2,7% acima do consenso.
O lucro líquido reportado de R$279 milhões (+70,7% ano a ano) ficou 53,7% abaixo da nossa estimativa e 53,2% abaixo do consenso. A empresa também anunciou um programa de recompra de ações e pode adquirir até 5,0% do total de ações em circulação (aprox. 57 milhões) de 15 de maio de 2024 a 14 de novembro de 2025.
Resultados da Equatorial no 1T24 em detalhes
As receitas foram impulsionadas principalmente pelo forte crescimento do volume distribuído (+11,2% ano a ano, com maiores volumes no Amapá, Goiás, Piauí, Pará e Maranhão), reajustes tarifários e atualização de receita nas unidades de transmissão, parcialmente compensados pela menor produção eólica na Echoenergia.
O PMSO ajustado consolidado foi bom e alcançou R$1.179 milhões (+2,6% em relação à inflação de 3,9% nos últimos doze meses, mas +4,8% em relação ao Safra).
A perda de EBITDA consolidado comparável é explicada principalmente pelos resultados ligeiramente menores de Distribuição e Echoenergia, que foram parcialmente compensados por resultados melhores do que o esperado do braço de Transmissão.
O EBITDA comparável de distribuição, de R$2.107 milhões (+15% ano a ano), ficou 4,9% abaixo da nossa estimativa, uma vez que as despesas com PMSO ficaram 1,7% acima do nosso número, devido a despesas acima do esperado com serviços de terceiros em Goiás.
Por outro lado, a inadimplência atingiu 1,7% das receitas (-0,41 pontos-base no trimestre) e foi melhor do que nossa estimativa de 2,6%. As perdas totais de energia diminuíram 20bps em relação ao trimestre anterior para 18,2%, em linha com os níveis regulatórios.
A Echoenergia reportou EBITDA de R$115 milhões, 11,2% abaixo de nossa estimativa, devido à produção eólica mais fraca que o esperado (817GWh vs. 1.025GWh esperado).
O EBITDA regulatório de transmissão de R$307 milhões foi 13,8% acima de nossa estimativa. A alavancagem permaneceu estável em relação ao trimestre anterior em 3,3x dívida líquida/EBITDA.
A perda no resultado final é explicada principalmente por maiores despesas financeiras e taxa de imposto efetiva, bem como resultados de minoritários. Nossa opinião: números reportados moderados, mas melhorando em uma base anual.
Programa de recompra de ações anunciado. Embora os resultados ajustados tenham ficado um pouco abaixo da nossa estimativa, principalmente devido à menor produção eólica da Echoenergia e um pouco mais fraca na unidade distribuição, observamos um controle de custos decente (ainda que em um ritmo um pouco mais lento em relação às expectativas), o EBITDA melhorou no Piauí, Alagoas e Goiás, e o índice de inadimplência foi bom. Consideramos o anúncio do programa de recompra de ações como um destaque positivo.