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Grupo Mateus mostra nível de alavancagem sólido

Os especialistas do Banco Safra veem os resultados do Grupo Mateus como neutros, pois a empresa manteve seu sólido ritmo de crescimento


O Grupo Mateus (GMAT3) apresentou um crescimento de 15% a/a na Receita (-2% vs. estimativa do Safra) impulsionado por um aumento de 5,9% nas SSS (abaixo da inflação de alimentos de 8,2%), juntamente com 14 novas lojas nos últimos 12 meses. No entanto, o destaque foi a expansão de 117 p.b. a/a na margem EBITDA (+46 p.b. vs. Safra) devido a uma combinação de melhoria na margem bruta e maior eficiência nas despesas de SG&A (gerais, com vendas e administrativas).

O lucro líquido totalizou R$388 milhões (estável a/a e +10% vs. Safra) devido ao melhor desempenho operacional, que mais do que compensou o maior nível de impostos sobre a renda e despesas financeiras a/a. Em termos de alavancagem, o GMAT encerrou o 3T24 com uma posição de dívida líquida de R$0,6 bilhão, ou uma sólida relação dívida líquida/EBITDA de 0,3x.

Avaliação do Banco Safra sobre os resultados do Grupo Mateus

Os especialistas do Banco Safra veem os resultados como neutros, pois a empresa manteve seu sólido ritmo de crescimento, com melhoria na margem bruta e expansão da margem EBITDA, o que levou a um EBITDA e lucro líquido acima do esperado. No entanto, os piores termos comerciais com fornecedores (redução de 8 dias a/a nos dias de recebíveis) e o ciclo de caixa estável a/a devem ser monitorados de perto nos próximos trimestres, pois a melhoria do capital de giro é uma das principais alavancas para a ação.

A outra preocupação foi o desempenho das SSS do segmento C&C em 2%, o menor entre os players listados. No geral, o Safra mantém a classificação Neutra, pois vê as ações
precificadas de forma justa a 10x P/L 2025, com um potencial de alta limitado de 11%.

Desempenho das SSS do C&C é um sinal de alerta

O GMAT abriu 14 lojas (líquidas) em 2024, das quais 4 no 4T24, e agora possui um total de 272 lojas. A maturação das lojas (lojas maduras representam 50% do total) também contribuiu para o crescimento das Vendas de Mesmas Lojas de 5,9% a/a (sem ajuste de calendário). Consequentemente, a Receita bruta atingiu R$9,9 bilhões, um aumento de 15% a/a e -2% vs. estimativa do Safra.

A Receita bruta do segmento C&C aumentou 18% a/a para R$5,6 bilhões (57% do total), mas as Vendas de Mesmas Lojas cresceram apenas 2%, enquanto as Vendas de Mesmas Lojas do segmento Varejo aumentaram 7% a/a para R$2,4 bilhões (23% do total).

No segmento B2B, a Receita bruta aumentou 21% a/a para R$1,7 bilhão (17% do total) e a do segmento Eletro aumentou 4% a/a, chegando a R$354 milhões (4% do total).

Melhoria na margem EBITDA apesar do alto nível de aberturas

Apesar da maior participação do segmento C&C na mistura, a empresa conseguiu melhorar sua margem bruta em 52 p.b. a/a (47 p.b. acima de nossa estimativa) devido a:

  • (i) melhores termos comerciais com fornecedores e
  • (ii) ramp-up das lojas.

Além disso, o ritmo acelerado de crescimento, combinado com ganhos de eficiência nas despesas de SG&A, apesar do plano de abertura de lojas, resultou em uma melhoria de 117 p.b. a/a na margem EBITDA ajustada (em 7,4%), 46 p.b. acima da estimativa do Safra de 6,9%. Consequentemente, o EBITDA ajustado totalizou R$646 milhões (+37% a/a e +6% vs. Safra).

A margem EBITDA da filial Nordeste ficou em 5,1% em 2024 vs. 4,1% em 2023. O lucro líquido ajustado atingiu R$388 milhões, estável a/a e 10% acima de nossa estimativa, pois o melhor desempenho operacional mais do que compensou:

  • (i) o maior imposto de renda devido ao fim do subsídio de imposto de renda, parcialmente mitigado pelo subsídio de IoE e compensações fiscais acumuladas de períodos anteriores; e
  • (ii) maiores despesas financeiras.

Grupo Mateus mostra nível de alavancagem sólido

O Grupo Mateus apresentou um ciclo de caixa estável a/a, com uma redução de 8 dias a/a nos dias de recebíveis, o que compensou a redução de 8 dias nos pagamentos a fornecedores. Portanto, na avaliação do Banco Safra, os investidores devem monitorar como os termos com fornecedores evoluem nos próximos trimestres. No entanto, o GMAT encerrou o 3T24 com uma posição de dívida líquida de R$0,6 bilhão (ou uma relação dívida líquida/EBITDA de 0,3x), principalmente apoiada por operações de fundos de fundos (FFO), créditos fiscais e vendas de terrenos.


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