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Grupo Guararapes melhora desempenho operacional e reduz dívida

Embora os analistas do Safra acreditem que este foi um resultado positivo para a Guararapes, ele foi um pouco prejudicado pela queda na lucratividade da Midway


O grupo têxtil Guararapes (GUAR3) apresentou um trimestre com resultados positivos, com vendas de R$ 3 bilhões, alta de 11% a/a e 2% acima da estimativa do Banco Safra. A
margem bruta aumentou 130bps a/a (+110bps vs. Safra), impulsionada por uma sólida expansão de 17% a/a no lucro bruto da categoria de mercadorias.

O EBITDA consolidado de R$ 566 milhões estava estritamente em linha com o Banco Safra, enquanto a margem EBITDA contraiu 30bps a/a, arrastada pela divisão financeira. O lucro líquido foi de R$250 milhões, crescendo 9% a/a e superando as estimativas do Banco Safra em 22% devido a uma taxa de imposto menor do que o esperado.

Em relação à alavancagem, a empresa continua a fortalecer seu balanço devido ao melhor desempenho operacional, levando a uma dívida líquida de R$500 milhões no 4T24 vs. R$870 milhões no 3T24 e a uma sólida razão dívida líquida/EBITDA de 0,4x (vs. estimativa do Safra de 0,5x).

Análise do Banco Safra sobre os resultados do Grupo Guararapes

Embora os analistas do Safra acreditem que este foi um resultado positivo para a Guararapes, ele foi um pouco prejudicado pela queda na lucratividade da Midway. O segmento de mercadorias conseguiu apresentar uma sólida expansão na lucratividade, apesar dos maiores esforços de marketing para entregar crescimento de vendas de dois dígitos. Dito isso, as provisões para perdas de crédito permaneceram altas, enquanto as despesas operacionais da Midway aumentaram 23% a/a, levando a um impacto negativo significativo na lucratividade da Midway, que caiu 4,3pps a/a no trimestre.

No geral, o Banco Safra mantém classificação Neutra para a Guararapes, considerando que a ação está sendo negociada a um múltiplo P/L de 11,2x para 2025e, em comparação com seus pares CEAB (9,9x) e LREN (8,5x), que negociam a múltiplos mais baixos, apesar de apresentarem fundamentos mais fortes.

Expansão sólida de vendas e ganhos de eficiência na planta

As vendas de mercadorias atingiram R$ 2,4 bilhões, alta de 14% a/a, em linha com a estimativa do Safra e vendas em mesmas lojas aumentou 13,9% a/a.

Descrição das vendas:

  • (i) Riachuelo, R$2,3 bilhões (+14% a/a / +1% vs. Safra);
  • (ii) Casa Riachuelo, R$35 milhões (+10% a/a / em linha com o Safra);
  • (iii) Carter’s, R$68 milhões (+13% a/a / -12% vs. Safra).

No entanto, o principal destaque foi o crescimento de 17% a/a no lucro bruto do varejo, que atingiu R$1,2 bilhões, com uma margem de 51,9% (+1,3p.p a/a), principalmente impulsionado pela maior eficiência no uso da planta industrial da Guararapes, estratégias de markdown aprimoradas e melhor qualidade de estoque.

Finalmente, a margem EBITDA de 18,3% expandiu 90bps devido ao efeito de carryover da margem bruta mais alta. A lucratividade da Midway continua sendo impactada por maiores despesas operacionais. A carteira de crédito atingiu R$5,7 bilhões, alta de 3,5% a/a, refletindo uma expansão gradual, apesar da política de crédito mais rigorosa da empresa.

Essa abordagem conservadora contribuiu para uma melhoria nos índices de inadimplência da carteira de empréstimos de 15 a 90 dias vencidos (-0,6pp a/a) e da carteira de empréstimos acima de 90 dias vencidos (-5,7pps a/a).

Dito isso, o alto nível de provisões para perdas de crédito, juntamente com um aumento de 23% a/a nas despesas operacionais, levou a um EBITDA de R$98 milhões, queda de 21% a/a, com uma margem EBITDA de 16,6%, -4,3pp a/a.

Redução robusta da dívida apoia um balanço mais forte

A empresa apresentou geração de caixa operacional antes do capex de R$616 milhões (23% a/a), como resultado de maiores obrigações com administradoras de cartões e contas a receber comerciais. O capex de R$130 milhões (+37% a/a) foi principalmente relacionado a maiores investimentos em manutenção e na planta industrial.

Apesar disso, o fluxo de caixa positivo levou a uma forte queda na dívida líquida (-53% a/a) e a uma redução na razão de alavancagem, que atingiu 0,4x, em comparação com 1,4x no 4T23.


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