Como esperado, a farmacêutica Hypera (HYPE3) apresentou um desempenho operacional fraco, impactado negativamente pelo plano de reestruturação e ajustes feitos nos recebíveis visando melhorar o capital de giro, o que impactou negativamente as vendas e, consequentemente, a rentabilidade.
As vendas líquidas caíram 40% na comparação anual e ficaram em linha com a estimativa do Banco Safra. EBITDA e lucro líquido foram negativos (mas melhores do que nossas expectativas) devido à menor diluição de despesas. No entanto, o destaque foi a geração de fluxo de caixa de R$ 570 milhões no trimestre.
Avaliação do Banco Safra sobre os resultados da Hypera
Os especialistas do Banco Safra avaliam que os resultados como positivos, apesar do já esperado fraco desempenho operacional. No entanto, destacam dois indicadores específicos:
- (i) geração de fluxo de caixa, que foi de R$570 milhões no 1T25 e
- (ii) sell-out, que ficou em 6% (+20bps acima do crescimento dos mercados em que a HYPE opera), mostrando que a empresa tem defendido sua participação de mercado.
Os especialistas do Safra esperam que o momento negativo dos lucros continue pelo menos até o final do primeiro semestre de 2025, enquanto a empresa ajusta suas operações. O Safra mantém recomendação de Compra para HYPE3, pois vê a empresa negociando a um valuation bastante atraente de 6x P/L 2026 vs. sua média histórica de 19x.
Queda nas vendas, como esperado, mas com melhores termos
A empresa apresentou receita líquida de R$ 1,1 bilhões, uma queda de 41% a/a e 5% acima da estimativa do Safra, resultante de ajustes nos recebíveis visando melhorar o capital de giro, o que impactou negativamente as vendas e, consequentemente, a rentabilidade.
É importante mencionar que a empresa também:
- (i) informou que trabalhou com um prazo de pagamento de 70 dias para pedidos feitos em março de 2025 e reduziu para quase 60 dias em abril de 2025;
- (ii) reforçou a expectativa de que os ajustes de preços chegarão ao fim no 2T25.
Dores de reestruturação
O lucro bruto totalizou R$ 510 milhões, com uma margem bruta de 47%, uma queda de -1385bps a/a e 228bps acima da estimativa do Safra, devido à menor diluição de custos fixos devido à redução na receita líquida.
Além disso, o EBITDA totalizou -R$149 milhões (vs. R$648 milhões no 1T25), com uma margem EBITDA de -13,7% (+308bps vs. Safra), já que as despesas de SG&A mais altas (-3618bps a/a) como porcentagem das vendas (devido à queda nas vendas) pressionaram os resultados. O lucro líquido foi de -R$139 milhões vs. R$392 milhões no 1T24, devido ao desempenho operacional mais fraco.
Finalmente, em relação à alavancagem, a empresa reportou uma dívida líquida de R$ 7,6 bilhões, apenas 7% acima do 4T24, apesar do EBITDA negativo neste trimestre (-R$149 milhões), principalmente atribuível à geração de fluxo de caixa livre positivo de R$570 milhões no 1T25 devido à menor necessidade de capital de giro (-38% a/a).