Como esperado, a Hypera (HYPE3) apresentou um desempenho operacional fraco, impactado negativamente pelo plano de reestruturação e ajustes feitos em contas a receber, visando melhorar o capital de giro, o que impactou negativamente as vendas e, consequentemente, a lucratividade.
As vendas líquidas caíram 18% a/a e ficaram em linha com a estimativa do Safra. O EBITDA e o lucro líquido caíram 76% a/a e 75% a/a, respectivamente, devido à menor diluição de despesas.
No entanto, o destaque foi a geração de fluxo de caixa de R$ 698 milhões no trimestre.
Avaliação do Safra sobre os resultados da Hypera
O Banco Safra vê os resultados como neutros, pois o fraco desempenho operacional já era esperado, apesar da queda no EBITDA e no lucro líquido (-13% e 57%, respectivamente).
A notícia positiva veio da geração de fluxo de caixa de +R$698 milhões no trimestre e do sell-out, que foi de 9,2%, sugerindo que a empresa tem defendido sua participação de mercado.
O Safra espera que o momento negativo dos lucros continue até pelo menos o final do primeiro semestre de 2025, enquanto a empresa ajusta suas operações. Portanto, o Safra mantém a recomendação de Compra para HYPE3, pois vê a empresa negociando a um valuation bastante atraente de 6,3x P/L para 2026 vs. sua média histórica de 16x.
Queda nas vendas, conforme esperado
A Hypera apresentou receita líquida de R$1,5 bilhões, queda de 18% a/a e +3% vs. Safra, resultante de ajustes em contas a receber visando melhorar o capital de giro, o que impactou negativamente as vendas e, consequentemente, a lucratividade.
É importante mencionar que a empresa também informou que estabeleceu um prazo de pagamento de 70 dias para pedidos feitos em março de 2025.
Dores da reestruturação
O lucro bruto totalizou R$786 milhões, com uma margem bruta de 52%, -1003bps a/a e +233bps vs. Safra, devido à menor diluição de custos fixos em função da redução da receita líquida.
Além disso, o EBITDA caiu 76% a/a e totalizou R$137 milhões, com uma margem EBITDA de 9,1%, -2238bps a/a (-165bps vs. Safra), pois uma maior participação das despesas gerais, administrativas e com vendas (SG&A) (-418bps a/a) nas vendas (devido à queda nas vendas) pressionou os resultados.
O lucro líquido caiu -75% a/a para R$78 milhões devido ao desempenho operacional mais fraco. Ciclo de caixa melhorado. Finalmente, em relação à alavancagem, a empresa reportou uma dívida líquida de R$7,7 bilhões, apenas 8% maior do que no 3T24, apesar da queda de 76% t/t no EBITDA, principalmente atribuível à geração positiva de fluxo de caixa livre de R$698 milhões no 4T24 devido à menor necessidade de capital de giro (-50 dias no ciclo de conversão de caixa).