Apesar de um tímido crescimento de 3% na receita, devido aos maiores descontos concedidos em maio devido às inundações do Rio Grande do Sul (RS) e à redução das operações de varejo, o Iguatemi ainda registrou uma sólida expansão do EBITDA de 12% no ano.
O desempenho refletiu principalmente os menores gastos com imóveis, devido à maior taxa de ocupação, bem como o ponto de equilíbrio da divisão de varejo, que, juntamente com uma menor alavancagem financeira, impulsionou uma inspiradora expansão de 19% do FFO a/a.
A empresa manteve o forte impulso operacional dos trimestres anteriores.
Apesar das inundações do RS, o total de locatários cresceu 7% a/a para R$ 4,9 bilhões no 2T24 e as vendas em julho registraram um crescimento de 11% a/a.
Além disso, sua taxa média de ocupação cresceu +2,6pps a/a para 95,0%, enquanto seu custo de ocupação caiu 0,5pps a/a para um 10,8% mais saudável, o que, combinado com uma taxa de delinquência líquida de -1,4% (-1,5pps a/a), permite que a empresa continue pressionando por aluguéis mais altos.
A receita do Iguatemi ficou 2% acima da estimativa do Safra, em R$ 319 milhões (+3% a/a). As receitas de aluguel da empresa corresponderam à previsão, chegando a R$ 251 milhões (+3% a/a), beneficiando-se de um crescimento de 2,9% do SSR vs. 2T23 (4,9% ex inundações RS), o que implica um crescimento real de aluguel de 2,9pps a/a acima do ajuste de portfólio para inflação IGP.
Além disso, o Iguatemi registrou um aumento de 2,3% no fluxo de carros, que, somado a recentes ajustes de taxas, impulsionou um aumento de 7% na receita de estacionamento para R$ 54 milhões, que ainda se beneficiou da redução dos gastos com imóveis (-1% ano) dada a maior taxa de ocupação, o NOI da Iguatemi foi de R$ 254 milhões (+7% a/a).
O EBITDA ajustado da empresa cresceu 12% a/a para R$ 233 milhões (+2% vs. Safra). O desempenho refletiu uma impressionante melhoria de 26pps a/a na margem operacional da divisão de varejo (0,2% de margem EBITDA), levando a uma margem de EBITDA ajustado sólida de 73,1%, crescendo 5,3 pontos percentuais no ano.
Enquanto isso, o FFO ajustado do Iguatemi cresceu 19% no ano, para R$ 154 milhões, igualando à estimativa e implicando uma sólida margem de 48,3% de FFO (+6,5pps no ano), apoiada também por uma queda de 11% no ano em sua perda financeira líquida dada a menor alavancagem (1,8x dívida líquida/EBITDA).
Avaliação do Safra sobre a ação do Iguatemi
O Iguatemi apresentou mais um conjunto de resultados fortes, mantendo o forte desempenho operacional dos trimestres anteriores, enquanto entregava uma sólida expansão de 19% do FFO em relação ao ano passado.
O Safra reforça a recomendação de compra para IGTI11, principal escolha no segmento, pois acredita que seu portfólio premium continuará a fornecer poder de preços e alavancagem de negociação com seus locatários, resultando em crescimento real dos aluguéis e desempenho superior das ações.
Além disso, após o recente desempenho negativo das ações, as ações estão atualmente sendo negociadas com um atrativo rendimento FFO de 11,0%, levando a um spread de 5,0pps para o rendimento NTN-B 2035, 3,4pps acima da sua média histórica de 5 anos de 1,6pps.