Com dois meses de resultados já antecipados pela divulgação da SUSEP, somado à orientação do CEO sobre os sinistros
relacionados ao Rio Grande do Sul, o Safra já esperava um impacto negativo no processo de recuperação da lucratividade do IRB.
Os sinistros estavam razoavelmente em linha com nossas estimativas, mas os resultados de subscrição não atingiram o número projetado pelo Safra devido às comissões iniciais do seguro de vida.
Em uma nota positiva, os resultados financeiros elevaram o lucro do 2T, ajudados por uma posição líquida em dólares e depreciação de BRL.
Por fim, há pouca visibilidade sobre se os R$ 107 milhões de I BILHÕESR provisionados para o próximo trimestre refletem com precisão as reivindicações restantes.
Principais destaques do trimestre do IRB
O IRB (Re) apresentou lucro líquido de R$ 65 milhões, -27% do t/t (acima da nossa estimativa de R$ 42 milhões), impactado negativamente por: (i) um GWP estável; (i) comissões antecipadas de seguros de vida, que impulsionaram o aumento dos custos de aquisição; e (ii) sinistros relacionados com Rio Grande do Sul de R$ 257 milhões (R$150 milhões em OCR e
R$107 milhões em I BILHÕESR).
Prémio ganho mais elevado (+14,3% t/t) principalmente devido a uma reversão das provisões técnicas.
Os prêmios emitidos foram constantes, totalizando R$ 1,434 bilhões, com os da operação local aumentando em +11,1% para R$ 1,0 bilhão (82% do total de prêmios, acima da meta da empresa de 70% para prêmios locais) e os das operações no exterior diminuindo 32,6% ano a ano (para R$ 256 milhões), ainda refletindo a estratégia do IRB de limpeza de portfólio e redução da exposição internacional.
No entanto, os prêmios acumulados chegaram a +14,3% t/t, beneficiando de uma reversão das provisões técnicas (para R$ 49 milhões vs. -R$ 215 milhões no trimestre anterior), que compensou o aumento dos custos de retrocessão.
Índice combinado de 107,4% (+8,4pps acima do 2T), impulsionado principalmente por uma menor taxa de perdas devido aos eventos do Rio Grande do Sul.
Como esperado, o rácio combinado no 2T foi impactado negativamente pelos sinistros relacionados ao Rio Grande do Sul (R$ 257 milhões, dos quais R$ 150 milhões alocados para reservas de OCR e R$ 107 milhões para I BILHÕESR), já que o índice de perdas saltou para 65,0% (de 58,2% no 1T) e a taxa de comissão aumentou (30,7% no 2T24, +3pps t/t) devido aos custos
de aquisição relacionados ao segmento de vida. Com isso, o resultado de subscrição do IRB atingiu R$ 34 milhões, abaixo de 72,4% no primeiro trimestre.
Apesar dos resultados de subscrição mais baixos, a maior contribuição das receitas financeiras e de capital levou ao ritmo da estimativa do Safra.
Tal linha chegou a R$ 166 milhões (vs. nosso R$131 milhões), com impacto de R$52 milhões relacionado a uma posição
líquida em USD. No 2T24, o IRB também executou o resgate antecipado de sua terceira emissão de debêntures, constituída por 100 mil debêntures não conversíveis e garantidas, com pagamento total de R$92 milhões.
Melhoria nos índices de solvência
O IRB encerrou o segundo trimestre do ano com um coeficiente de solvência regulatório (ajustado para patrimônio líquido/capital de risco total) de 182%, em alta de 13% no primeiro trimestre, enquanto sua liquidez regulatória foi de R$ 609 milhões (vs. R$ 370 milhões no trimestre anterior).