O IRB registrou lucro líquido de R$ 79 milhões no primeiro trimestre, acima das expectativas do Safra e ligeiramente abaixo do consenso da Bloomberg (-4%).
No entanto, os investidores podem receber bem a consistência dos ganhos. O Safra acredita que a empresa continua no caminho certo, mas continua cauteloso com o nome, considerando os ganhos ainda baixos e os prêmios em declínio.
Além disso, ainda não temos visibilidade sobre o nível de crescimento e retorno que o IRB poderia entregar no longo prazo, e vemos sua exposição ao segmento de agronegócios como um risco para nossas estimativas de ganhos para 2024 (de R$258 milhões).
Assim, reiteramos nossa recomendação de Venda para o nome (Preço Alvo de R$45/ação). Principais destaques do 1T24. Como os dados mensais da Superintendência de Seguros Privados (Susep) já sugeriam, o IRB reportou outro crescimento sequencial de lucros, acima de nossa expectativa e de consenso, atingindo R$79 milhões (vs. R$38 milhões no 4T23).
O resultado positivo foi impulsionado por: resultados positivos de subscrição (+16,5 T/T, em linha conosco), beneficiado principalmente por:
- (i) uma menor taxa de sinistralidade (58,2%, queda de 19,1pps A/A), devido principalmente a novos contratos com um portfólio mais saudável;
- (ii) menores custos de aquisição; e
- (iii) a contribuição positiva do resultado financeiro (+16,4% T/T). Impacto das fortes chuvas no Rio Grande do Sul pode ser limitado pela retrocessão.
A empresa destacou que opera diversas linhas de negócios que podem ser afetadas pelas fortes chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul, tais como propriedade, agricultura, residencial, entre outras.
No entanto, embora seja muito cedo para estimar o impacto dos sinistros (já que o evento ainda está em andamento), o impacto pode ser limitado pelas operações de retrocessão, que restringem o tamanho das perdas.
Mix de receita do IRB
No 1T24, o mix de prêmios locais atingiu 74%, próximo à meta da empresa de 70%.
O foco da empresa agora passa a ser o aumento da exposição na América Latina para 20% (atualmente em 6% da carteira). O IRB reportou melhora nos requisitos de capital.
A empresa encerrou o 1T24 com um índice de solvência regulatório (patrimônio líquido ajustado/capital de risco total) de 169%, um aumento de 23 p.p. no trimestre, enquanto a suficiência de liquidez regulatória de R$370 milhões foi menor que a de R$438 milhões no trimestre anterior.