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ANÁLISE

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Mater Dei registra taxa de ocupação abaixo da esperada

Safra mantém a recomendação de Compra para Mater Dei e vê conjunto robusto de ativos, valuation relativo atraente e potencial de crescimento


A Mater Dei reportou resultados operacionais mais fracos do que o esperado no segundo trimestre de 2024, impulsionados por uma taxa de ocupação menor do que o esperado e um CMV maior.

A empresa reconheceu o desinvestimento do Centro Saúde Norte, resultando em uma redução de R$ 744 milhões. Excluindo se esse efeito único, o EBITDA ajustado foi inferior à estimativa do Safra e do consenso, devido principalmente ao aumento dos custos com pessoal, explicado pelo aumento do salário-mínimo de enfermeiros.

Em uma nota mais positiva, o capital de giro melhorou significativamente t/t e se recuperou da intensa pressão sofrida pelos prestadores de serviços nos trimestres anteriores.

No geral, o Safra mantém a recomendação de Compra para MATD3 e vê a empresa com um conjunto robusto de ativos, um valuation relativo atraente e potencial para proporcionar um crescimento sólido e sustentável.

Receita líquida aumentou 6% no ano para R$585 milhões, chegando -2% abaixo da previsão do Safra e do consenso.

O crescimento da receita da Mater Dei foi impulsionado por um aumento nas camas operacionais (+2% a/a) e uma taxa de ocupação mais alta em 75,6% (+276bps, mas -350bps vs. previsão do Safra).

Incluindo os pacientes do Hospital de Dia, a taxa de ocupação teria sido 79,2%. Faturamento médio consolidado aumentou 1% a/a (+0,6% t/t) para R$2,2 milhões por cama (medida pela empresa, ou uma fatura média diária de R$6.084 milhões), principalmente devido ao efeito mix e aumento de preços com os pagadores.

As receitas da controladora (que considera apenas os hospitais de Belo Horizonte e Salvador) aumentaram 11% no ano, impulsionadas pela expansão de Salvador.

Além disso, o total de dias de pacientes aumentou 6% a/a (-3% vs. previsão do Safra). Lucro líquido ajustado de R$35 milhões, +15% a/a e +1% vs. Safra.

A margem bruta de caixa chegou a 33,6% no 2T24 (-332bps a/a, 328bps t/t e 234bps abaixo da estimativa do Safra), pressionada pelos serviços de pessoal e médicos, devido ao aumento do piso salarial dos enfermeiros.

Este impacto foi a principal surpresa negativa, na avaliação do Safra, e pode pressionar as perspectivas de ganhos. As despesas gerais, administrativas e com vendas como porcentagem das vendas deterioraram-se ligeiramente em 5 pb a/a para 13,2%.

A Mater Dei reconheceu o desinvestimento do Centro Saúde Norte, que levou a uma redução de valor, impactando negativamente a DRE em R$ 744 milhões.

Se excluirmos esse evento único e outros resultados operacionais de R$ 6 milhões, o EBITDA ajustado teria atingido R$ 125 milhões (-8% a/a, -10% abaixo da previsão do Safra e 11% abaixo do consenso), com uma margem de EBITDA ajustada de 21,4% (-325bps a/a e -193bps vs. estimativas do Safra).

O resultado financeiro líquido foi uma surpresa positiva, atingindo -R$ 47 milhões (18% abaixo do ano e 17% abaixo da previsão do Safra), que, somado a reversão da taxa efetiva de imposto devido aos efeitos do desinvestimento, resultou em um lucro líquido ajustado de R$ 35 milhões (+15% a/a e +1% vs. estimativas).

Mater Dei tem maior alavancagem, mas o capital de giro melhorou

Dívida líquida de R$ 1,108 bilhão no 2T24 (DL/EBITDA de 2,2x) vs. dívida líquida de R$ 940 milhões (DL/EBITDA de 1,8x) no 2T23 e R$ 1.021 milhões (DL/EBITDA de 1,9x) no 1T24.

Enquanto isso, o capital de giro melhorou significativamente no t/t, principalmente devido a uma redução nos dias de contas a receber para 99 dias (de 135 dias no 1T24, consequência do desinvestimento do Centro Saúde Norte) e uma redução de 7 dias no t/t em dias de estoque, apesar da redução de 9 dias t/t em contas a pagar para 39 dias.


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