A Movida divulgou um bom resultado no segundo trimestre de 2024, acompanhando o forte desempenho dos seus segmentos de negócios de gestão e terceirização de frotas e aluguel de veículos (GTF e RAC).
Os resultados da Movida foram impactados negativamente por perdas não recorrentes relacionadas a:
- (i) enchente no Rio Grande do Sul (R$ 20 milhões após impostos);
- (ii) vencimento dos contratos de swap relacionados à operação de bonds estrangeiros (R$ 15 milhões após impostos); e
- (iii) recompra de títulos de dívida (R$ 3 milhões após impostos).
Desconsiderando esses efeitos, o lucro líquido ajustado da Movida teria atingido R$ 80 milhões, ante prejuízo líquido de R$ 16 milhões no 2T23 e a projeção do Banco Safra de lucro líquido de R$ 49 milhões.
O EBITDA da empresa ficou 6,9% e 8,3% acima das estimativas do Safra e do consenso, respectivamente, acompanhando o desempenho resiliente de sua divisão de frotas e uma importante melhora no resultado de seu segmento RAC.
Além disso, o lucro líquido da Movida foi impulsionado pelo menor crescimento na depreciação de veículos, explicado principalmente pelo ajuste no valor da frota da RAC no 4T23 e por uma melhora nas despesas financeiras líquidas ajustadas, que aumentaram apenas 5% a/a, apesar do crescimento de 18% a/a na dívida líquida da empresa.
Como resultado, o spread do ROIC LTM da empresa aumentou 1,5 pps t/t para 3,3%, de -1,4% em 2023.
A receita líquida consolidada da Movida atingiu R$ 3,4 bilhões no 2T24 (+38,6% a/a, +13,7% t/t e +5,9% vs. Safra), explicada por:
- (i) forte desempenho de sua divisão de aluguel de frotas (GTF), cuja receita cresceu 46,2% a/a para R$ 816 milhões, explicada principalmente pelo aumento de 17,7% a/a no volume de diárias mais um aumento de 22,4% a/a nas tarifas médias;
- (ii) melhores resultados de sua divisão de aluguel de carros (RAC), cuja receita cresceu 17,2% a/a para R$ 792 milhões, após o aumento de 6,2% a/a no volume de diárias para ~6,2 mil, e um aumento de 9,0% a/a nas tarifas para R$ 135, enquanto sua taxa de ocupação permaneceu praticamente estável, em 78%; e
- (iii) um aumento de 46,7% a/a na receita da Seminovos para R$ 1,8 bilhão, como resultado do crescimento de 48,6% a/a no número de veículos vendidos, embora parcialmente compensado pela queda de 0,6% a/a nos preços médios de venda para R$ 66,6 mil.
O EBITDA consolidado da empresa cresceu 29,3% a/a para R$ 1,1 bilhão, enquanto sua margem EBITDA caiu 240 bps a/a para 33,5%, seguindo a maior participação da Seminovos no resultado consolidado e a queda de 639 pps a/a na margem EBITDA da Seminovos.
Vale destacar que sua margem EBITDA GTF aumentou 221 pps a/a para 76,0%, enquanto a margem EBITDA RAC aumentou 720 pps a/a para 63,7%.
Enquanto isso, o EBIT da Movida saltou 31% a/a para R$ 654 milhões, beneficiado pelo menor crescimento na depreciação da frota de RAC (-24% a/a), explicado principalmente pelo ajuste feito no valor da frota de RAC no 4T23.
O lucro líquido ajustado da empresa atingiu R$ 80 milhões, de um prejuízo líquido ajustado de R$ 16 milhões no 2T23. Além do bom desempenho operacional, a melhora no resultado final também reflete um aumento suave em suas despesas financeiras líquidas ajustadas, que aumentaram apenas 5% a/a, apesar do aumento de 18% a/a na dívida líquida da empresa para R$ 13,4 bilhões, após o declínio de 1,5 pps a/a em seu custo da dívida após impostos (de 9,9% para 8,4%).
Como resultado, a alavancagem da empresa, medida por sua relação dívida líquida/EBITDA, permaneceu estável t/t, em 3,2x.