A MRV relatou resultados melhorados no segundo trimestre. O forte desempenho de vendas nos últimos trimestres, juntamente com um maior reconhecimento de receita da Luggo, impulsionou uma expansão superior ao esperado de 25% na receita em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto a margem bruta mais alta das novas vendas (34,0% no 2T24) continua a ganhar participação na DRE da empresa, levando a uma margem bruta ajustada mais saudável de 29,4% (MRV Desenvolvimento).
Isso compensou um pouco a perda financeira líquida substancial após o maior volume de vendas de recebíveis e a perda líquida de R$ 61 milhões da Resia (sem vendas de desenvolvimento no 2T), impulsionando um lucro líquido leve de R$ 29 milhões.
Após os fortes resultados operacionais dos trimestres anteriores, a receita da MRV atingiu R$ 2,29 bilhões (+20% no primeiro trimestre e +25% no terceiro), permanecendo +9% acima da estimativa do Safra.
A receita mais forte do que o esperado também reflete a mudança no modelo de negócios da Luggo, já que as vendas de desenvolvimento são agora acumuladas sob o método PoC, enquanto o dinheiro das vendas deve ser recebido durante a fase de construção (semelhante ao modelo de crédito associativo).
Enquanto isso, a maior margem de novas vendas, juntamente com a menor participação dos desenvolvimentos lançados durante o aumento da inflação no mix de receitas da empresa, impulsionou uma melhoria de 3,6 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
Margem bruta de MRV Desenvolvimento, para 29,4% (-50bps vs. Safra), bem como 53,8% de margem bruta ajustada (+7,4pps t/t e +16,2pps a/a).
Além disso, a margem de backlog da empresa atingiu um forte 42,1% (+0,9pps t/t e +4,5pps a/a), o que deve continuar impulsionando a expansão da margem do MRV nos próximos trimestres.
O resultado líquido do MRV foi de R$ 29 milhões, superando estimativa do Safra de lucro líquido de R$ 13 milhões. O resultado melhor do que o esperado refletiu ainda um ganho de +2,2pps t/t e +3,3pps a/a na alavancagem operacional, com sua relação de SG&A/receita líquida atingindo 16,0%, liderando assim seu EBITDA ajustado para um valor superior a R$261mn (+45% no t/t e +26% no a/a), 5% acima do valor previsto pelo Safra.
Por outro lado, o aumento do volume de créditos vendidos nos últimos trimestres alimentou uma perda financeira líquida de R$ 93 milhões (excluindo swaps de derivativos de capital e dívida), ainda ligeiramente abaixo da estimativa do Safra de R$ 99 milhões.
Isso, combinado com a perda líquida de R$ 61 milhões da Resia, se traduziu em um ROE anualizado de +1%, permanecendo +1pps acima da chamada do Safra. Finalmente, o MRV encerrou o trimestre com a perda de caixa consolidada de R$ 380 milhões, resultando em uma alavancagem líquida de dívida/capital de 81% (+9,1 pps t/t e +0,3 pps a/a).
Opinião do Safra sobre a MTV
A MRV apresentou resultados melhores do que o esperado, com a continuidade da recuperação da MRV, com a maior margem de novas vendas e a menor participação dos desenvolvimentos históricos no mix de receitas, gerando níveis mais elevados de margem bruta.
O Safra mantém a recomendação de Compra para MRVE3, pois acredita que a revisão para baixo dos lucros foi mais do que incorporada ao desempenho das ações em -36% desde o início do ano. O Safra estima um valuation atrativo de 5,3x 2025 P/L, implicando um desconto de 21% em relação à média de 6,7x dos seus pares.