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Oncoclínicas mostra resultados fracos e deterioração do balanço patrimonial

O EBITDA ajustado da Oncoclínicas ficou 18% abaixo da previsão do Banco Safra e -12% em relação ao consenso.


A Oncoclínicas reportou números mais fracos do que o esperado no primeiro trimestre de 2024, devido a uma perda de receita devido a despesas e provisões para PCLD mais altas do que o esperado, levando a uma margem fraca.

Algumas questões pontuais impactaram negativamente o trimestre, de acordo com a empresa, como um mix menos complexo de receitas não oncológicas, combinado com projetos relacionados a melhorias na eficiência operacional.

Além disso, um importante pagador da base de clientes da Oncoclínica afetou os dias de contas a receber no trimestre, levando a uma pressão significativa no capital de giro (embora esperemos que o efeito se normalize no próximo trimestre).

No entanto, a deterioração dos lucros, do fluxo de caixa, da alavancagem e da liquidez nos faz adotar uma postura mais cautelosa em relação às ações, embora vejamos um potencial interessante no longo prazo.

Consequentemente, estamos reduzindo nossas estimativas de EBITDA em 27%, em média, para os próximos três anos, cortando nosso Preço Alvo para R$7,50/ação (de R$16,50) e rebaixando a ação para Neutro.

A receita líquida aumentou 13% em relação ao ano anterior, ficando 6% abaixo de nossa previsão (-3% vs. consenso). A Oncoclínicas registrou uma receita líquida de R$1.459 milhões, +13% em relação ao ano anterior e +2% em relação ao trimestre anterior, um crescimento totalmente orgânico devido à melhora do volume e ao aumento do ticket médio em linha com a inflação.

O número de procedimentos atingiu 169 mil, +3% em relação ao ano anterior e -1% em relação ao trimestre anterior. O cenário desafiador das operadoras de saúde continua a pressionar os fornecedores, como a Oncoclínicas, uma vez que as glosas como porcentagem das vendas se deterioraram cerca de 50bps no trimestre, atingindo 3,8% (+250 bps em relação ao ano anterior).

O EBITDA ajustado atingiu R$248 milhões, -10% ano a ano, -4% T/T e 18% abaixo do Safra. A margem bruta foi de 33,3%, -308bps em relação ao ano anterior e -154 bps em relação ao trimestre anterior, pressionada pelo aumento do CMV e do disallowance. As despesas SG&A pioraram 187bps em relação ao ano anterior (-9bps no trimestre) para 16,8% da receita líquida, com R$8,2 milhões relacionados a efeitos não recorrentes de projetos relacionados a melhorias na eficiência operacional.

Como resultado, o EBITDA ajustado (não excluímos o LTIP) alcançou R$248 milhões (-10% ano a ano e -18% vs. Safra), com uma margem EBITDA de 17,0% (438bps ano a ano e 256bps abaixo de nossas estimativas). A reversão do imposto de renda beneficiou o resultado financeiro.

O resultado financeiro líquido foi de -R$192 milhões (+41% melhor do que nossa estimativa), principalmente devido a um aumento na dívida líquida e encargos de marcação a mercado (que não devem ser repetidos, uma vez que a empresa adotou a contabilidade de hedge de agora em diante).

Além disso, o imposto de renda apresentou um crédito de R$45 milhões, como resultado de impostos diferidos devido a reorganizações corporativas.

Os minoritários atingiram -R$10 milhões (vs. nossa estimativa de -R$8 milhões), levando a um lucro líquido de R$10 milhões (-55% A/A e -87% T/T).

O lucro líquido ajustado (ajustado por outros resultados financeiros e efeitos operacionais não recorrentes) foi de R$20 milhões (-14% ano a ano e 64% abaixo de nossa estimativa).


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