A Panvel (PNVL3) apresentou um crescimento da receita líquida de +10% a/a (em linha com a estimativa do Banco Safra), com as vendas no varejo (vendas em mesmas lojas de 12% a/a), juntamente com a abertura de +35 lojas em 2024, mais do que compensando o fim do canal de vendas B2B.
Além disso, a margem EBITDA ajustada aumentou 44bps, apoiada pela melhoria no mix de canais de vendas. No entanto, o lucro líquido ficou estável a/a devido a um imposto de renda mais alto, já que o subsídio de imposto de renda terminou este ano.
A PNVL apresentou uma geração de fluxo de caixa operacional de apenas R$20 milhões devido a piores condições com fornecedores, já que a empresa reduziu suas compras no 4T24 visando ajustar seu estoque ao fim do canal B2B. Vale notar que as condições com fornecedores devem se normalizar no 1T25 e a alavancagem permanece em um nível saudável de 1,2x dívida líquida/EBITDA.
Avaliação do Safra sobre os resultados da Panvel
O Banco Safra vê os resultados como neutros, pois a empresa apresentou uma queima de caixa relacionada aos fornecedores. No entanto, a Panvel continua demonstrando sua capacidade de melhorar a produtividade das lojas ao longo dos trimestres, enquanto continua a executar seu plano de expansão bastante audacioso. Esses são os motores para a expansão da receita, melhoria da margem e, em última análise, crescimento do LPA.
Portanto, o Safra mantém a recomendação de Compra para PNVL3 e o Preço Alvo de R$11,5/ação. Desempenho sólido da receita no varejo. A empresa apresentou receita bruta de R$1,4 bilhão, um aumento de 10% a/a e apenas +1% acima da estimativa do Safra, com uma contribuição positiva das operações de varejo (+18% a/a) e um resultado negativo do segmento atacadista (-80%) devido ao encerramento do canal, visando melhorar a rentabilidade.
No segmento de varejo, as vendas em mesmas lojas aumentaram 14,8% e 31 lojas (líquidas) foram abertas nos últimos 12 meses.
A PNVL também melhorou a produtividade das lojas, alcançando uma receita média mensal por loja de R$750 mil, ante R$678 mil no 4T23. Essa melhoria reflete principalmente:
- (i) os resultados dos esforços de vendas digitais da empresa (21,9% do total ou +150bps a/a);
- (ii) melhoria no mix de produtos; e
- (iii) SSS maduro de 12%. Em termos de mix, os destaques foram: medicamentos de marca, +22% a/a; OTC, +21% a/a; genéricos, +19% a/a; e beleza e cuidados pessoais, +13% a/a. Melhoria da margem bruta mais do que compensou a desaceleração nas vendas consolidadas.
A margem bruta foi de 29,3% no 4T24, um aumento de 60bps a/a e apenas 5bps abaixo do Safra.
A margem bruta do varejo caiu 50bps a/a devido a uma maior participação de medicamentos, especialmente de marca (margens mais baixas), no mix e ao crescimento do canal de e-commerce.
No entanto, em uma base consolidada, a margem aumentou devido a uma maior participação das vendas no varejo no mix. O EBITDA ajustado foi de R$82 milhões, um aumento de 19% a/a, estritamente em linha com a estimativa do Safra, com um aumento da margem EBITDA de 44bps a/a (em linha com o Safra), já que a melhoria da margem bruta mais do que compensou a pressão das despesas de vendas.
Vale notar que os ajustes do EBITDA totalizaram R$15,6 milhões, principalmente relacionados a pagamentos de bônus (compensação variável). O lucro líquido ajustado atingiu R$32 milhões no trimestre, comparado a R$31 milhões no 4T24, impactado negativamente por impostos mais altos devido ao fim dos subsídios de imposto de renda.
Em relação à alavancagem, maiores necessidades de capital de giro (as condições da empresa com fornecedores se deterioraram devido a um nível mais baixo de compras no 4T24 após a decisão de encerrar o canal B2B) levaram a uma geração de caixa operacional de R$20 milhões vs. uma geração de R$116 milhões no 4T23.
Além disso, a empresa investiu R$50 milhões, levando a um fluxo de caixa livre de R$42 milhões. Por último, mas não menos importante, o balanço da PNVL permanece sólido, com uma relação dívida líquida/EBITDA de 1,2x (vs. 0,6x no 4T23).