O Pão de Açúcar (PCAR3) registrou vendas de R$ 5,6 bilhões (+6% a/a) devido a um crescimento de +9,6% a/a nas Vendas de Mesmas Lojas, parcialmente compensado por uma redução na área de vendas.
As vendas das lojas no formato premium aumentaram 8,5%, atingindo R$ 2,8 bilhões, devido a um crescimento de +10% a/a nas mesmas lojas.
As vendas das lojas convencionais aumentaram 6% a/a, atingindo R$ 1,8 bilhão, já que o crescimento de +10% a/a nas SSS foi parcialmente compensado por uma redução na área de vendas.
Finalmente, as lojas de bairro adicionaram R$ 619 milhões às vendas, que cresceram 14% a/a devido a um aumento de 4,9% a/a nas SSS e +42 no número de lojas (nos últimos 12 meses – LTM).
A redução das vendas B2B impactou o ritmo de crescimento consolidado, já que as vendas B2B caíram 24% a/a. O EBITDA ajustado atingiu R$286 milhões (+147% a/a e +23% acima da nossa estimativa) devido à melhoria da margem bruta (+25bps a/a) e alavancagem operacional.
Vale notar que o EBITDA ajustado exclui R$589 milhões, principalmente relacionados a provisões, acordos fiscais, reestruturação administrativa e outras despesas.
Pão de Açúcar melhora desempenho, mas queima caixa e tem recomendação de venda
Em relação ao fluxo de caixa, a empresa registrou uma geração de caixa (mudança na dívida líquida) de R$883 milhões nos últimos 12 meses (LTM), que inclui o impacto positivo da venda de ativos e o recente aumento de capital (R$1,8 bilhão).
Excluindo ambos os eventos, a queima de caixa teria sido de R$ 917 milhões nos últimos 12 meses, o que é maior do que o número registrado no 3T24 LTM de R$ 900 milhões. Esta é a principal preocupação dos especialistas do Banco Safra sobre a tese.
Avaliação do Safra sobre os resultados
Os resultados da PCAR continuaram a mostrar uma evolução positiva no desempenho operacional (tanto em crescimento quanto em margens, mas principalmente no EBITDA, que superou nossa expectativa).
No entanto, a queima de caixa da empresa (R$ 945 milhões nos últimos 12 meses excluindo vendas de ativos) ainda é uma preocupação. Portanto, o Safra continua a ter uma postura mais conservadora em relação à PCAR, pois o banco acredita que a empresa tem a tarefa desafiadora de implementar seu plano de reestruturação em meio a um cenário macroeconômico difícil.
Assim, o Safra reitera a recomendação de Venda e o preço-alvo de R$ 2,5/ação. Os formatos premium e de bairro mantiveram um ritmo de crescimento decente.
As vendas totais atingiram R$5,6 bilhões, um aumento de 6% a/a (+2% vs. Safra), distribuídas da seguinte forma:
- (i) portfólio premium, R$2,8 bilhões (+8,5% a/a / em linha com o Safra), devido a um crescimento de +10% a/a nas SSS, parcialmente compensado por uma redução na área de vendas;
- (ii) convencional, R$1,8 bilhão (+6% a/a / +7% vs. Safra), já que a redução na área de vendas compensou parcialmente o crescimento de 10% a/a nas SSS;
- (iii) bairro, R$619 milhões (+14% a/a / -7% vs. Safra), devido à combinação de um crescimento de +4,9% a/a nas SSS e um aumento no número de lojas (+42 nos últimos 12 meses);
- (iv) Aliados (B2B), R$251 milhões (-24% a/a), devido à redução da operação; e (v) outros negócios, R$74 milhões (+5% a/a). Vale notar que a empresa registrou um ganho de participação de mercado de 1.400bps a/a neste trimestre.
Melhoria na rentabilidade devido ao processo de reestruturação
A margem bruta de 26,8% aumentou 25bps a/a (-80bps vs. Safra), à medida que o plano de reestruturação continua a dar frutos, embora em um ritmo mais lento do que antes, apoiado por:
- (i) novos termos comerciais com fornecedores;
- (ii) ajustes operacionais em cada formato; e
- (iii) crescimento na receita de mídia de varejo. O EBITDA ajustado ex IFRS 16 atingiu R$286 milhões (+147% a/a), com uma margem de 5,5% (+93bps a/a), também apoiado pela alavancagem operacional (despesas SG&A sobre receitas caíram -180bps a/a).
É importante considerar que os ajustes referem-se a R$ 589 milhões, principalmente relacionados ao fechamento de lojas, impostos e passivos trabalhistas contingentes.
O prejuízo líquido das operações continuadas totalizou R$1,049 milhão vs. nossa estimativa de R$111 milhões devido a ajustes não recorrentes.
Queima de caixa e alavancagem continuam sendo uma preocupação
A empresa registrou uma geração de caixa (mudança na dívida líquida) de R$ 911 milhões nos últimos 12 meses (LTM), que inclui o impacto positivo da venda de ativos e o recente aumento de capital (R$1,8 bilhão).
Excluindo ambos os eventos, a queima de caixa teria sido de R$ 917 milhões nos últimos 12 meses. Esta é a principal preocupação dos especialistas do Banco Safra.