A Pague Menos (PGMN3) apresentou crescimento de 17% na receita do quarto trimestre de 2024, em comparação ao mesmo período do ano anterior. O resultado ficou 2% acima da expectativa do Banco Safra e mostra uma expansão de 49bps a/a na margem EBITDA, principalmente devido à melhoria da margem bruta (+51bps a/a), após 3 trimestres (4T23, 1T24 e 2T24) de pressão devido às perdas de estoque da EF.
Outros destaques do trimestre foram:
- (i) melhoria na produtividade das lojas (R$/loja, PGMN: +16% a/a; Extrafarma: 21% a/a);
- (ii) melhor ciclo de caixa (redução de 7 dias a/a, com melhorias em todas as linhas);
- (iii) melhoria na alavancagem (dívida líquida/EBITDA em 2x no 4T24, de 2,3x no 3T24, atendendo à orientação de final de ano).
O Safra nota que, apesar da melhoria no EBITDA da Extrafarma, ainda há espaço para mais ganhos, pois ainda há uma grande diferença entre a EF e a Pague Menos de forma independente, como:
- (i) a produtividade das lojas da EF é 18% menor;
- (ii) o ticket médio da EF é 10% menor; e
- (iii) a penetração das vendas online da EF é 230bps menor.
Avaliação do banco Safra sobre o resultado da Pague menos
No geral, o Safra vê como positivos os resultados do quarto trimestre da PGMN, pois as sinergias da aquisição estão dando frutos. Além disso, a empresa conseguiu entregar um ritmo sólido de crescimento (+17% a/a), expansão da margem EBITDA (+49bps a/a) e uma menor relação de alavancagem (-0,3x dívida líquida/EBITDA t/t). Assim, o Safra reitera a recomendação de Compra para a ação e preço-alvo de R$4,5/ação.
Melhoria na produtividade para ambos os formatos
A Pague Menos conseguiu melhorar sua produtividade nas lojas da Pague Menos, alcançando uma receita média mensal por loja de R$755 mil no 4T24, um aumento de 16% a/a e +6% vs. Safra.
A expansão das vendas nas mesmas lojas (SSS) de 16,5% a/a foi impulsionada por:
- (i) crescimento da base de clientes;
- (ii) reforma das lojas; e
- (iii) melhorias nos serviços combinadas com ações de CRM.
Em relação à Extrafarma, vale notar que a receita média mensal por loja aumentou 21% a/a, alcançando R$620 mil. O desempenho do omnichannel foi um destaque para ambas as marcas, alcançando 16% das vendas (+350bps a/a) de forma consolidada, com 16,4% na PGMN e 14,1% na EF.
A margem bruta aumentou 51bps a/a (+47bps vs. Safra) devido à redução das perdas—após 3 trimestres (4T23, 1T24 e 2T24) de pressão devido às perdas de estoque da EF—, juntamente com condições comerciais melhoradas, que mais do que compensaram a piora no mix de vendas devido à maior penetração de medicamentos de marca.
A margem bruta compensou a pressão das despesas gerais, com vendas e administrativas (provisões extras para pagamentos de bônus). O EBITDA foi de R$164 milhões, um aumento de 32% a/a e 6% acima de nossa estimativa, com uma margem EBITDA de 4,6%, um aumento de 49bps a/a, crescendo quase no mesmo ritmo que a margem bruta (+51bps a/a).
No entanto, vale notar que a empresa teve uma provisão adicional de bônus devido ao seu desempenho operacional em 2024 (R$11,2 milhões).
Sem esse efeito, a margem EBITDA teria sido ainda maior, em 4,9% (+80bps a/a). A empresa registrou um lucro líquido consolidado de R$77 milhões no trimestre, comparado a R$62 milhões no 4T23 vs. nossa estimativa de um lucro de R$79 milhões, também devido à melhoria no desempenho operacional.
Em termos de fluxo de caixa, destacamos a redução de 7 dias no ciclo de caixa a/a, apoiada por uma importante melhoria nos estoques (redução de 4 dias a/a), combinada com uma melhoria de 2 dias no prazo de fornecedores e uma redução de 1 dia a/a nas contas a receber devido a um maior volume de antecipação de recebíveis. A alavancagem da empresa ficou em 2x no 4T24, de 2,3x no 3T24 e 2,5x no 4T24.