A diversificação tornou-se uma rota fundamental na estratégia de Porto, impulsionando uma combinação de níveis mais elevados de crescimento e rentabilidade e tornando o negócio menos dependente das operações de automóveis.
Os analistas do Banco Safra já detalharam as principais vias de crescimento no passado e desde então só ganharam confiança na implementação da estratégia. A maioria das operações ex-automóveis está crescendo a níveis de dois dígitos e, combinadas, devem representar 63% das receitas do Porto em 2026 (contra 51% em 2022), segundo as nossas estimativas.
Marca e o canal da Porto são pontos fortes
Além da indústria de automóvel, a Porto também tem uma posição consolidada no mercado de outros produtos (seguro imobiliário, etc.), o que lhe confere uma receita que a ajuda a alavancar as suas capacidades e avançar em oportunidades de cross-selling.
Por exemplo, a capacidade de oferecer descontos diferenciados nos seguros aos clientes do PortoBank tem apoiado sua participação nas carteiras em cartões de crédito.
Além disso, como a estrutura de vendas dos corretores já está disponível, a empresa pode avançar no crescimento em produtos menos penetrados, como o seguro de vida.
Os ventos contrários esperados em automóvel serão compensados por novas iniciativas. Os analistas do Safra acreditam que o ambiente para seguro automóvel irá limitar o crescimento dos prêmios, seguindo a tendência de queda nos preços dos veículos.
Como referência, o preço de uma cesta selecionada de veículos no índice FIPE está -2% menor desde o ano de 2013, o que começou a pressionar os prêmios em automóveis.
Ainda assim, à medida que os produtos adjacentes ganham relevância e continuam a ter um bom desempenho, os analistas esperam que eles mais do que compensem o impacto dos seguros automotivos no resultado final do próximo ano.
Após revisão das estimativas, agora os especialistas esperam um lucro líquido de R$ 2,966 bilhões em 2025 (de R$ 2,651 bilhões) e R$ 3,324 bilhões em 2026, 5% e 11% acima do consenso, respectivamente, com ROE de 21% nos dois anos.
Aumento do preço-alvo (TP) para R$46 por ação e recomendação de Compra
O Safra utilizou um DDM para avaliar o valuation justo de Porto, assumindo um Ke de 15,0% (de 14,0%) e um ROE de 21% a longo prazo, o que é conservador, na nossa opinião, dado que o negócio já está próximo destes níveis. O TP de R$ 46 tem um upside de 25% e o Safra reitera a recomendação de Compra.
Em uma análise de sensibilidade, para cada 1 pp adicional ao ROE de longo prazo, nosso TP aumenta 7%. Embora a ação já tenha tido uma boa performance de 29% no acumulado do ano, o Safra acredita que algumas das oportunidades existentes ainda não estão totalmente precificadas.
Atualmente, o Safra vê as ações negociadas em 8,0x 2025E P/L e 1,6x P/VP, ainda abaixo da média de 10 anos e num ponto de entrada atraente.
Principais riscos para nossa tese:
(i) intensificação do cenário competitivo no ramo automotivo;
(ii) deterioração macroeconômica;
(iii) riscos de execução relacionados à diversificação da receita; e
(iv) sinistros piores do que o esperado relacionados ao seguro saúde.