A Raia Drogasil (RADL3) registrou um trimestre positivo e em linha com diluição de despesas gerais, com vendas e administrativas, finalmente, segundo avaliação do Banco Safra.
A empresa relatou receita bruta de R$ 10,8 bilhões, alta de 16% na comparação anual (em linha com a estimativa do Safra), com um aumento de vendas em mesmas lojas de 9,1% A/a (vendas em mesmas lojas de lojas maduras aumentou 6,7% A/a), juntamente com inaugurações líquidas de 271 lojas nos últimos 12 meses.
Além disso, a produtividade das lojas aumentou 6% A/a, atingindo uma receita média mensal por loja de R$ 1,15 milhão (vs. R$ 1,09 milhão no 3T23) em razão dos esforços de vendas digitais da empresa (19% das vendas, alta de 350 bps A/a) e
um maior número de tickets.
Em termos de mix, os destaques foram produtos de marca e genéricos (alta de 16% e 17% A/a, respectivamente), seguidos por OTC e HPC (alta de +15% e 10% A/a, respectivamente).
A margem bruta caiu 17 bps A/a para 27,6% (22 bps abaixo da nossa estimativa) devido às vendas mais fracas, juntamente com impostos mais altos sobre as vendas.
Esse impacto foi compensado por uma maior diluição das despesas gerais, administrativas e com vendas (+62 bps A/a). Consequentemente, a margem EBITDA aumentou 45 bps A/a, levando a um EBITDA ajustado de R$ 811 milhões, alta de 23% A/a e apenas 2% acima da estimativa do Safra.
O lucro líquido atingiu R$ 337 milhões no trimestre, alta de 25% A/a e 9% acima da estimativa do Safra, devido a uma taxa de imposto de renda menor do que a esperada.
Por último, mas não menos importante, em termos de alavancagem, a RADL3 encerrou o trimestre com uma posição de dívida líquida de R$ 2,9 bilhões vs. R$ 2,6 bilhões no 3T23, um consumo de caixa relacionado principalmente ao capex implementado na abertura de novas lojas, reforma das existentes e investimentos em tecnologia.
Apesar do aumento A/a, a empresa encerrou o trimestre com uma relação dívida líquida/EBITDA de 1,0x, estável A/a e queda de 0,3x em relação ao 2T24.
A Blau Farmacêutica (BLAU3) registrou lucros que superam as estimativas, mas a margem EBITDA ainda está abaixo dos níveis históricos da empresa.
A receita líquida totalizou R$ 474 milhões, alta de 31% A/a (5% acima da nossa estimativa) devido à recuperação gradual dos preços e volumes de imunoglobulinas no mercado privado (segmento hospitalar – portfólio maduro). Vale destacar que a BLAU enfrentou comparações fáceis no trimestre (as vendas do 3T23 ficaram estáveis A/a).
O lucro bruto totalizou R$ 187 milhões, alta de 69% A/a (12% acima da estimativa da Safra), com margem bruta de 39,6%, alta de 891 bps A/a (233 bps acima da nossa estimativa), impulsionada por:
- (i) um cenário competitivo mais racional;
- (ii) menores custos de matéria-prima; e
- (iii) diluição de custos fixos em sua planta em razão de maiores volumes.
Além disso, uma combinação de:
- (i) diluição de despesas operacionais (-475 bps A/a sobre receitas);
- (ii) menor P&D no trimestre devido a atrasos na submissão de projetos; e
- (iii) uma reversão de provisão para devedores duvidosos levou a uma melhora adicional na margem EBITDA, que atingiu 25%, alta de 1.125 bps A/a e 258 bps acima da estimativa do Safra.
Assim, o EBITDA totalizou R$ 118 milhões, alta de 137% A/a (18% acima da estimativa do Safra. Vale destacar que a margem EBITDA permanece significativamente abaixo do nível do 3T22 de 32,9%.
O lucro líquido chegou a R$ 69 milhões, alta de 195% A/a e 44% acima da estimativa do Safra devido à melhora do desempenho operacional.
Por fim, a empresa encerrou o 3T24 com uma posição de dívida líquida de R$ 78 milhões, ante uma posição de dívida líquida de R$ 92 milhões no 3T23, ou uma geração de caixa de R$ 14 milhões nos últimos 12 meses, após quase 2 anos de queima de caixa.