A Raia Drogasil – RD Saúde (RADL3) reportou um EBITDA 9% abaixo do esperado, principalmente devido a despesas de vendas maiores do que o previsto. A margem EBITDA caiu 21bps a/a devido a uma piora no mix de vendas e impostos mais altos, parcialmente mitigados por despesas menores em termos anuais.
Vale notar que a produtividade das lojas continuou a melhorar (+4% a/a), o que, combinado com a expansão da rede, sustentou o crescimento da receita (+14% a/a).
O lucro líquido foi de R$337 milhões, um aumento de 19% a/a e 8% acima da estimativa do Safra, impulsionado por créditos de imposto de renda. No entanto, a empresa encerrou o trimestre com uma posição confortável de dívida líquida de 1,1x.
Avaliação do Safra sobre os resultados da Raia Drogasil
Os especialistas do Banco safra avaliam o resultado da RD Saúde como negativo, devido à pressão maior do que o esperado na margem EBITDA.
Esse desempenho pode implicar um cenário mais difícil do que o esperado para 2025 em termos de margens e levar a uma revisão para baixo das estimativas, impactando negativamente as ações, especialmente porque a empresa negocia com um prêmio alto em relação aos pares.
Portanto, o Safra mantém uma visão cautelosa sobre o caso e a recomendação Neutra.
Forte desempenho da receita, conforme esperado
A RD Saúde reportou uma receita bruta de R$10,9 bilhões, um aumento de 14% a/a, com um aumento de SSS de 7,9% a/a (5,6% a/a em lojas maduras). Além disso, houve a abertura líquida de 277 lojas nos últimos 12 meses.
A RADL também melhorou a produtividade das lojas, alcançando uma receita média mensal por loja de R$1,137 milhão, ante R$1,092 milhão no 4T23. Essa melhoria reflete os benefícios dos esforços de vendas digitais da empresa (que agora representam 20,2% das vendas, um aumento de 360bps a/a), combinados com um maior número de tickets.
Em termos de mix, o destaque foi para genéricos e Rx de marca, que aumentaram 19% e 17% a/a, respectivamente, seguidos por OTC, com aumento de 11% a/a, enquanto HPC aumentou apenas 6% a/a.
A margem bruta caiu 43bps a/a para 27,6% (8bps abaixo da estimativa do Safra) devido a um mix de vendas pior, juntamente com impostos mais altos sobre as vendas.
Pressão na margem EBITDA é uma preocupação
O EBITDA foi de R$678 milhões, um aumento de 10% a/a, mas 9% abaixo da estimativa do Banco Safra. A margem EBITDA atingiu 6,2%, uma queda de 21bps a/a (principalmente devido à margem bruta menor) e 55bps abaixo da estimativa do Safra devido a despesas de vendas maiores do que o esperado.
O lucro líquido atingiu R$337 milhões no trimestre, um aumento de 19% a/a e 8% acima da estimativa do Safra, beneficiado por um crédito de imposto de renda não recorrente de R$77,5 milhões.
Posição de alavancagem confortável
A RADL encerrou o trimestre com uma posição de dívida líquida de R$3,4 bilhões, ou uma relação dívida líquida/EBITDA de 1,1x vs. 1x no 3T24, o que representa um aumento da dívida líquida de R$547 milhões t/t.
O consumo de caixa no trimestre foi principalmente relacionado a:
- (i) pagamentos de juros sobre capital próprio e dividendos (-R$236 milhões) e
- (ii) capex (R$447 milhões), este último sendo fundamental para uma história de crescimento como a da RADL.