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Stone tem resultados abaixo do esperado

O portfólio de crédito da Stone ficou em R$ 532 milhões, contra os R$ 309 milhões do quarto trimestre


A Stone registrou uma perda de -4% no lucro antes dos impostos no primeiro trimestre, embora muitas partes móveis tenham poluído o resultado (despesas de marketing da BBB, desinvestimento da Pinpag, cancelamento da SBC e mudanças contábeis).

Ajustados a esses efeitos, os resultados teriam ficado em linha no núcleo, sem preocupações quanto ao cumprimento da orientação para 2024.

A receita foi ajudada por maiores volumes de pré-pagamento, que compensaram as menores taxas líquidas de MDR, explicadas por um efeito de mix de clientes na empresa.

Vale ressaltar que a Stone reforçou seu compromisso de ajudar os comerciantes e a equipe do estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, que foi fortemente afetado pelas enchentes.

Isso deve impactar os resultados do segundo trimestre, uma vez que a Stone concederá uma isenção temporária das taxas de assinatura, um período de carência maior para o crédito, entre outras iniciativas, sem mencionar uma redução no TPV.

Como referência, Mateus Scherer (CFO) observou em uma entrevista que as transações encolheram -40% em relação ao ano anterior em algumas áreas e que o estado do Rio Grande do Sul representa 4% a 6% do volume total. Reiteramos nossa recomendação de Compra com base em perspectivas positivas de longo prazo.

Principais números operacionais da Stone

A Stone reportou um TPV (ex Pix) de R$106 bilhões no 1T24, um aumento de +13,2% em relação ao ano anterior, mas uma queda de 6,8% no trimestre.

O TPV de MPME foi de R$93 bilhões (22,5% do guidance de R$412 bilhões para 2024), impulsionado por 119 mil adições líquidas de clientes ativos de MPME (+3,8% em relação ao trimestre anterior), enquanto o TPV de contas-chave foi de R$12 milhões, -15,8% em relação ao ano anterior.

O take rate no 1T24 foi de 2,54% (>2,49% no guidance para 2024), um aumento de 11 pontos-base no trimestre e de 15 pontos-base em relação ao ano anterior, atribuído ao crescimento em clientes menores (com yields mais altos), soluções bancárias e efeitos sazonais no mix (maiores volumes de cartão de crédito).

O EBITDA ajustado alcançou R$1,512 bilhão, +20,8% em relação ao ano anterior, -3,6% abaixo da previsão do Safra, ou +0,8% se não ajustado pelo novo método contábil.

Também impactado, o lucro líquido ajustado foi de R$450 milhões, +90% ano a ano, ou R$496 milhões (109% ano a ano) sob a antiga contabilidade.

Forte receita de pré-pagamentos ajudando a compensar a menor MDR. A receita total da Stone atingiu R$3,085 bilhões, +13,8% em relação ao ano anterior, ou R$3,154 bilhões (+16,3% em relação ao ano anterior) se não ajustada pela nova contabilização, impulsionada principalmente pelas receitas de serviços financeiros, que totalizaram R$2,710 bilhões, +16,0% em relação ao ano anterior, devido ao maior crescimento da base de clientes ativos e à monetização de clientes MPME.

O aumento dos volumes de prépagamento impulsionou a forte receita financeira, que cresceu +26,6% em relação ao ano anterior, enquanto as taxas de MDR foram impactadas no primeiro trimestre pelo mix de clientes, com menos contas-chave no trimestre.

Por outro lado, a receita de software aumentou em +3,0% em relação ao ano anterior, com verticais prioritárias (principalmente postos de gasolina e varejo, os chamados “esforços para 2024”) aumentando em dois dígitos.

Crédito e serviços bancários em uma nota positiva para a Stone

O portfólio de crédito da Stone ficou em R$ 532 milhões, contra os R$ 309 milhões do quarto trimestre e o guidance de R$>800 milhões para 2024.

A qualidade dos ativos se comportou bem, com o NPL de 15-90 dias praticamente estável em 2,2%, +20bps em relação ao trimestre anterior, e sustentando conservadoramente as despesas de provisão em 20% do portfólio.

Também fundamentais para a estratégia de longo prazo, os depósitos ficaram em R$6,0 bilhões no 1T, apesar dos ventos contrários trimestrais na liquidez, em comparação com os R$6,1 bilhões do 4T e o guidance de R$7,0 bilhões para 2024.

Custos mais altos devido ao aumento das despesas com vendas; outras despesas operacionais com partes móveis. Em relação aos custos, o custo de serviços da Stone totalizou R$810 milhões no 1T24, +12,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, em linha com nosso guidance.

As despesas com vendas foram maiores, atingindo R$530 milhões (+35,8% em relação ao 1T24, principalmente em campanhas de marketing relacionadas ao BBB no 1T, ou um aumento de +280 pontos-base em relação ao 1T24, para 17,2% da receita total), e espera-se que se normalizem nos próximos trimestres.

Outras despesas operacionais estiveram em destaque, dado o desinvestimento pontual de R$52,9 milhões da Pinpag e o efeito líquido positivo de R$40,5 milhões do cancelamento e novas concessões de planos de incentivo, além de menores contingências, poluindo o resultado ajustado.

Destacamos também que as despesas financeiras líquidas, que somaram R$896 milhões (redução de 2,9% em relação ao ano anterior devido a uma menor taxa de juros no período) e a geração de caixa para financiar a operação da Stone, foram parcialmente compensadas por maiores volumes pré-pagos.

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