O número cumulativo de adições líquidas dos planos de saúde privado cresceram nos últimos 12 meses, mas uma economia mais lenta no futuro provavelmente deve mostrar impactos no setor.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou dados sobre a adesão a planos privados para janeiro, mostrando uma perda líquida de 12 mil membros, resultando em um crescimento de 2% a/a na base de membros (-0,02% m/m).
A Região Sudeste foi o destaque com 6 mil adições líquidas, enquanto a região com pior desempenho foi o Centro-Oeste, que registrou uma perda líquida de 9 mil membros em janeiro. O desempenho negativo era esperado devido à sazonalidade.
SulAmérica e Amil foram os destaques nos números dos planos de saúde
SulAmérica e Amil foram os destaques em janeiro, mostrando números positivos em contraste com a tendência geral do mercado de perdas líquidas.
Nos últimos 12 meses, SulAmérica (SULA11) e Porto Saúde (PSSA3) lideraram em termos de ganhos de participação de mercado, enquanto Hapvida e Amil ficaram para trás.
O número de membros de planos de saúde atingiu 51,5 milhões em janeiro (-12 mil m/m), e vale notar que o número cumulativo de adições líquidas nos últimos 12 meses totaliza 1.006 mil membros, indicando uma aceleração recente, o que consideramos positivo para o setor.
No futuro, o Banco Safra espera uma desaceleração nas adições líquidas, pois o aumento das taxas de juros deve esfriar a economia e desacelerar a criação de empregos.
HAPV registra perdas, e SULA continua no positivo
A Hapvida reportou uma perda líquida consolidada de 41 mil membros em janeiro, composta por uma perda de 29 mil membros da NDI e uma perda de 12 mil membros da Hapvida de forma independente. Junto com a sazonalidade, o fraco desempenho parece estar relacionado ao foco da empresa na qualidade do portfólio e no aumento da verticalização.
Por outro lado, a SulAmérica reportou 54 mil adições líquidas, um número muito forte em um mês sazonalmente fraco. A Amil seguiu o forte desempenho de dezembro (+42 mil m/m) e registrou outra rodada forte de adições com +30 mil membros, o que pode ser parcialmente explicado por uma certa agressividade contínua de preços, de acordo com nossas verificações de canal.
Enquanto isso, Porto, Bradesco e Unimed Sistema foram os piores desempenhos com uma perda líquida de -2 mil, -12 mil, -25 mil, respectivamente. No período dos últimos 12 meses, SulAmérica e Porto Saúde são os líderes em ganhos de participação de mercado, enquanto Hapvida e Amil são os piores desempenhos.
Números negativos em todas as regiões, exceto no Sudeste
A Região Sudeste atingiu 31,0 milhões de membros (+6 mil m/m e +402 mil nos últimos 12 meses), com São Paulo se destacando com 29 mil adições líquidas em janeiro, enquanto Minas Gerais foi o pior desempenho com uma perda líquida de -15 mil.
Na Região Sul, o número de membros de planos de saúde atingiu 7,5 milhões (-6 mil m/m e +158 mil nos últimos 12 meses), com Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina registrando -5 mil, -1 mil, +0,2 mil adições líquidas, respectivamente.
A Região Centro-Oeste atingiu 4,3 milhões de membros de planos de saúde (-9 mil m/m e +124 mil nos últimos 12 meses), principalmente devido a uma perda líquida de 5 mil em Goiás.
Na Região Nordeste, o número de membros de planos de saúde ficou em 7,4 milhões (-3 mil m/m e +136 mil nos últimos 12 meses), com Sergipe apresentando o pior desempenho (1,4 mil perdas líquidas).
Por fim, a Região Norte atingiu 2,0 milhões de membros de planos de saúde, perdendo 1 mil m/m, mas adicionando +111 mil nos últimos 12 meses.
Os planos corporativos mostraram 49 mil adições líquidas, o que não foi suficiente para compensar os números negativos dos planos de afinidade e individuais.
Os planos corporativos cresceram para 37,7 milhões de membros de planos de saúde (+49 mil m/m e +1.290 mil nos últimos 12 meses) em janeiro, mas não foi suficiente para compensar a tendência dos planos de afinidade, cujo número de membros caiu para 5,8 milhões (-28 mil m/m e -296 mil nos últimos 12 meses).
Os planos individuais também permaneceram em território negativo, registrando uma perda líquida de 33 mil. No geral, as adições líquidas dos planos corporativos, que são impulsionadas pela criação de empregos formais, não foram suficientes para compensar os números negativos dos planos de afinidade e individuais.
Os planos odontológicos atingiram 34 milhões de membros em janeiro. As perdas líquidas de -50 mil foram maiores do que nos meses anteriores, provavelmente devido à sazonalidade desfavorável, o que levou a base de membros a crescer 6% a/a e diminuir 0,1% m/m. A perda líquida da Odontoprev totalizou 6 mil em janeiro, levando a +445 mil adições líquidas nos últimos 12 meses.