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Novas estimativas para a Telefônica com mudança regulatória

De acordo com as novas estimativas preliminares do Safra, essa mudança regulatória poderia liberar R$ 4 bilhões após impostos para a empresa nos próximos anos


O banco Safra atualizou as estimativas iniciais dos benefícios potenciais para a Telefônica (VIVT3), tendo em vista a iminente transição da concessão para um regime de autorização pendente da aprovação final do TCU.

De acordo com as novas estimativas preliminares do Safra, essa mudança regulatória poderia liberar R$ 4 bilhões após impostos para a empresa nos próximos anos, representando cerca de 5% do valor de mercado da VIVT.

Contexto do modelo de concessão de linhas fixas

O Brasil iniciou seu regime de concessão de linhas fixas na década de 1990 com a privatização dos serviços de telecomunicações, impondo regras rígidas aos operadores para garantir o acesso universal aos serviços, estabelecendo tarifas razoáveis e mantendo a infraestrutura, incluindo redes de cobre e telefones públicos.

No entanto, à medida que a procura por serviços móveis e de internet aumentou, os serviços de linha fixa tornaram-se onerosos e pouco
utilizados. Agora, a Anatel (agência reguladora do setor TMT) propõe uma mudança no regime para autorização, flexibilizando as regras e dando aos operadores mais controle sobre esse segmento.

Com a mudança para o regime de autorização, o Safra acredita que a Vivo poderia economizar R$ 4,5 bilhões em perdas potenciais nos próximos anos (ainda não incluídos em nossos modelos).

As estimativas do Safra partem do pressuposto de que o negócio de voz, um negócio não rentável, será mantido nos próximos 10 anos, após os quais o negócio será parcialmente descontinuado.

Benefícios da venda de ativos reversíveis: Imóveis e cobre.

Uma mudança para um regime de autorização permitiria que a Telefônica rentabilizasse caros ativos reversíveis, como imóveis e redes de cobre.

Para avaliar o valor que poderia ser obtido com a venda dos ativos da Vivo, o Safra toma por base as estimativas do relatório de avaliação elaborado pela Ernst & Young para a reorganização judicial da Oi.

Assumindo a venda de 90% do portfólio da Vivo, que conta com 1.729 imóveis em São Paulo, onde os valores de mercado são 30% superiores à média nacional, o Safra estima um VPL de R$675 milhões.

Impacto da reversão de provisões fiscais

A estimativa de ganhos por reversão de provisões fiscais é baseada em uma provisão total de R$ 1,8 bilhão, com ~R$ 900 milhões relacionados a disputas regulatórias sob a concessão.

Com a mudança para o regime de autorização, esse valor deverá ser revertido, resultando em um valor líquido (ganho após impostos) de R$594 milhões.

No total, essas economias e benefícios poderiam liberar cerca de R$ 3,0 bilhões (após impostos), ou 3,6% do valor atual da capitalização de mercado da Vivo.

Compromissos de investimento como parte da transição do modelo de concessão

Como condição para a transição do regime de concessão, a Vivo se comprometerá a fazer investimentos indefinidos em infraestrutura de internet, como a expansão do acesso à banda larga em áreas rurais carentes e o desenvolvimento de data centers.

Além disso, a Vivo deve manter serviços de telefonia fixa até dezembro de 2028 em locais onde é o único provedor.


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