A construtora Tenda apresentou os principais pilares da estratégia da filial Alea para acelerar a atividade de lançamentos e, ao mesmo tempo, aumentar a rentabilidade por meio de métodos de industrialização mais avançados e ganhos de escala.
Um projeto localizado na cidade de Boituva, no interior do Estado de São Paulo, é o maior empreendimento da Alea até o momento. Ele contém 199 unidades de 44 m² e deve levar aproximadamente 10 meses para ser construído, com entrega prevista para o início de julho.
O projeto foi apresentado pela administração da empresa, representada por Luiz Maurício Garcia (CFO), Luiz Martini (COO da Alea) e André Massote (Diretor Executivo de Operações da Alea).
Os executivos observaram que não houve desvios no orçamento do projeto, com a produção da fábrica atingindo 4 unidades/dia (1.000 unidades em um ano).
O modelo de negócios da Casapatio deve aumentar a rentabilidade da Alea. A administração destacou as vantagens do modelo de negócios da Casapatio, que consiste no desenvolvimento de projetos em loteamentos de terceiros, uma vez que possui um processo de aprovação mais rápido quando comparado ao modelo tradicional (~3 meses).
No modelo da Casapatio, o proprietário do loteamento é responsável pela maior parte das obras de infraestrutura, reduzindo o tempo total de construção de uma média de aproximadamente 10 meses para aproximadamente 4 meses.
Esse modelo deve ser responsável por cerca de 50% dos futuros lançamentos da Alea.
Além disso, a Alea projetou uma nova casa (Casa 2.0), que reduz os custos de transporte devido ao seu menor peso e à quantidade de madeira usada no teto, otimizando assim os custos de construção.
Tenda apresenta estratégia de eficiência de custos da Alea
A Alea tem um banco de terrenos de 18 mil unidades (R$3,3 bilhões em VGV) para seus futuros desenvolvimentos, ao mesmo tempo em que deve se concentrar em aumentar o número de atividades realizadas na fábrica, à medida que aumenta sua eficiência de custos.
A administração observou que, para cada produto construído fora da fábrica, a quantidade de mão de obra no local é reduzida em dois terços.
Atualmente, a empresa tem uma eficiência de produção de 0,69 trabalhadores por unidade, enquanto espera que essa proporção caia para 0,52 até o ano fiscal de 2024 com maiores ganhos de industrialização.
Enquanto isso, desde 2023, a empresa reduziu seus custos de construção em 15 pontos percentuais e espera reduzi-los em mais 12 pontos percentuais para atingir a meta desejada.
Essa redução deve vir de:
- (i) 1pp de ganhos na cadeia de suprimentos;
- (ii) 5pps de eficiência na industrialização; e
- (iii) 6pps de ganhos de escala da fábrica.
A fábrica está produzindo atualmente 5 unidades/dia e deve atingir 9 unidades/dia no 4T24.
Guidance para 2024 reafirmado
A administração reforçou o guidance da Alea de 2,5 mil a 3,0 mil unidades lançadas em 2024 e uma margem bruta ajustada de 9% a 11%, já tendo atingido 6,5% no 1T24.
O guidance não reflete os ganhos de margem bruta da implementação do RET1, o que poderia levar a um ganho adicional de 1pp.
Avaliação do Banco Safra
O novo design do produto da Alea já aumentou sua eficiência de custos, enquanto a empresa também está conseguindo aumentar os preços de venda e manter um forte índice de velocidade de vendas.
Por outro lado, embora tenha gostado do que foi presentado, e acreditando nos fundamentos de longo prazo da empresa, o Banco Safra está mais cauteloso em relação ao aumento esperado da lucratividade da empresa, que é sustentado principalmente por ganhos de escala e pode pesar mais sobre os resultados da Tenda no curto prazo, à medida que ela ganha uma participação maior nos resultados consolidados, justificando nossa recomendação Neutra.