No geral, a TIM (TIMS3) apresentou bons resultados (em linha). Embora o MSR continue a desacelerar, a Receita ainda está acima da inflação e o controle de custos levou a ganhos de margem EBITDA no trimestre.
O Safra continua com avaliação positiva sobre a empresa (Compra e Preço Alvo R$21,5), principalmente devido à Valuation e às perspectivas de dividendos.
De acordo com a nova faixa de Guidance para o médio prazo, a TIM deve distribuir dividendos de R$ 4 bilhões (faixa média do Guidance) em 2025 (rendimento de 10%) e ~R$13,7 bilhões nos próximos três anos (assumindo o ponto médio da faixa de Guidance para 2025–27), ou ~35% de seu valor de mercado atual.
Resultados da TIM no quarto trimestre
Os resultados do 4T24 da TIM ficaram em linha com as estimativas do Safra e do consenso do mercado. As receitas de R$6,6 bilhões ficaram 0,6% acima de da previsão do Safra e do consenso, enquanto o EBITDA de R$3,3 bilhões ficou 0,8% acima do previsto pelo Safra e 0,4% acima do consenso.
Descendo na DRE, o lucro líquido da TIM atingiu R$1 bilhão, ficando bem acima da estimativa do Safra devido a uma taxa efetiva de imposto menor do que o esperado.
O crescimento do pós-pago ajudou a compensar a queda mais acentuada no pré-pago. A Receita total normalizada da TIM aumentou 5,7% a/a, impulsionada por MSR e produtos, compensando o desempenho mais fraco da Receita fixa.
O MSR cresceu 5,4% a/a, ligeiramente abaixo dos trimestres anteriores (+6,3% no 3T, +7,3% no 2T e +7,4% no 1T), com desempenho contínuo forte do segmento pós-pago— acelerando de +8,3% a/a no último trimestre para +9,5% a/a—, refletindo uma combinação de aumentos de preços, migração de clientes e menor churn, parcialmente compensado pelo pré-pago (-10,4% a/a).
A Receita de produtos atingiu R$ 288 milhões (+19,7% a/a), apoiada pelas vendas de dispositivos, acessórios e equipamentos relacionados ao segmento B2B IoT da TIM.
Por outro lado, a Receita fixa ficou praticamente estável a/a (-0,1% no 4T24), com o TIM Live—tipicamente o principal impulsionador dos serviços fixos—caindo 1,1% a/a.
Notavelmente, a base de assinantes FTTH da TIM atingiu 752 mil, representando 95% da base total de clientes de banda larga fixa, acima dos 89% de um ano atrás.
A margem EBITDA permaneceu em um nível forte, expandindo a/a. Os custos e despesas normalizados cresceram 5,1% a/a no 4T24. A principal pressão veio das despesas de rede e interconexão, que aumentaram 15,7% a/a, refletindo maior volume de tráfego em serviços de roaming.
Por outro lado, as despesas comerciais caíram 5,4% a/a, impulsionadas por comissões e despesas de marketing mais baixas. Como resultado do sólido desempenho da Receita e do controle eficaz de custos, o EBITDA ajustado atingiu R$3,35 bilhões, 0,8% acima da estimativa do Safra e +6,2% a/a, com uma expansão de margem de 0,3pp, atingindo 50,5%.
A TIM Brasil atualizou seu Guidance de curto e médio prazo, revisando-o para o período de 2024–26 para 2025–27. Para 2025, a empresa espera que a Receita de serviços cresça 5% (vs. 3,5% previstos pelo Safra), crescimento do EBITDA entre 6% e 8% (vs. 4,5% da estimativa do Safra) e capex entre R$4,4 bilhões e R$4,6 bilhões (vs. estimativa do Safra de R$4,4 bilhões).
Para o período de 2024–27, a TIM Brasil estima um CAGR de 5% para a Receita de serviços (vs. estimativa do Safra de 4%) e crescimento do EBITDA de 6% a 8% CAGR (acima da previsão do Safra de 4,5%), enquanto o capex médio deve permanecer dentro da faixa de R$4,4 bilhões a R$4,6 bilhões por ano (o Safra espera o fundo do Guidance, em R$4,4 bilhões).
Além disso, a empresa anunciou um aumento nas distribuições aos acionistas, com distribuições planejadas variando de R$3,9 bilhões a R$4,1 bilhões em 2025 (dividendos mais IoE), totalizando de R$13,5 bilhões a R$14 bilhões no período de 2025–27 (vs. estimativa do Safra de R$14 bilhões para o período).