A Vale (VALE3) firmou um acordo com a Global Infrastructure Partners (GIP) para criar uma joint venture na Aliança Energia, recebendo cerca de US$1 bilhão
e mantendo uma participação de 30% nela, enquanto mantém acesso à energia produzida pela empresa.
Após a conclusão da transação, a Aliança Energia consolidará 2.189 MW de capacidade instalada composta por seus ativos originais, além de
- (i) ativos de energia da planta solar Sol do Cerrado e
- (ii) a totalidade do Consórcio Candonga.
A transação está sujeita às condições precedentes habituais, incluindo o consentimento ou aprovação de órgãos reguladores.
Acordo da Vale com a GIP é positivo
Na avaliação do Banco Safra, o acordo representa um movimento que acelera a desalavancagem e abre espaço para dividendos extras. A Vale receberá um EV/MW de R$3,7 milhões, 24% menor do que a empresa pagou pela participação da Cemig na Aliança em março de 2024.
No entanto, as condições de mercado eram bastante diferentes naquela época, com uma desvalorização das avaliações no Brasil. Este movimento parece positivo em termos de potencial para novos dividendos especiais, pois abre espaço para a dívida líquida expandida diminuir para cerca de US$15 bilhões até o final de 2025. Também vale a pena ficar de olho na potencial venda das operações de níquel de Thompson no 2S25, o que seria mais um passo em direção à desalavancagem.
A Global Infrastructure Partners (GIP) é um dos maiores gestores globais de fundos de infraestrutura, com um portfólio de ativos de cerca de US$ 170 bilhões, incluindo diversas joint-ventures com destacados grupos do setor de energia mundial. No Brasil, por meio da propriedade do grupo latino-americano Atlas Renewable Energy, o GIP controla uma plataforma de geração com aproximadamente 983 MW de capacidade instalada na Bahia, Ceará e Minas Gerais. O GIP segue uma rigorosa abordagem ESG e, desde 2024, é controlada pela Blackrock, um dos maiores investidores institucionais do mundo.