A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou os números de produção de veículos em fevereiro, totalizando 217,4 mil unidades. O número representa um crescimento 4,6% em comparação a fevereiro de 2024 e de 23,8% em relação a janeiro deste ano.
O resultado mostra melhora anual explicada pelo maior número de dias úteis em 2025, já que o feriado de Carnaval caiu em fevereiro de 2024, mas em março de 2025.
Em uma análise por segmento, o Banco Safra destaca:
- (i) a produção de automóveis de passageiros atingiu 155 mil unidades (+10,1% a/a e +14,8% m/m);
- (ii) a produção de comerciais leves atingiu 48 mil unidades (+31,2% a/a e +56,0% m/m);
- (iii) a produção de caminhões foi de 12 mil unidades (+17,8% a/a e +48,9% m/m); e
- (iv) a produção de ônibus totalizou 2.485 unidades (+9,6% a/a e +37,6% m/m).
Durante a teleconferência para analisar os resultados, o presidente da Anfavea, Marcio Leite, destacou alguns pontos-chave, incluindo a perspectiva cautelosa em relação às taxas de juros.
Os especialistas do banco Safra observam um tom mais cauteloso em relação aos caminhões devido ao aumento das taxas de juros (a taxa fixa TFB do BNDES atingiu 16%, seu nível mais alto de todos os tempos) e aos preços do diesel. Isso resultou em uma queda de 20% m/m, 11% a/a e 1,4% desde o início do ano nas vendas de caminhões pesados – o segmento que impulsionou o crescimento do setor em 2024.
Quanto às vendas consolidadas, apesar do crescimento na média diária de registros, os custos de financiamento atingiram um nível recorde no setor automotivo, o que pode impactar as vendas futuras.
Por outro lado, o segmento de ônibus continua apresentando um desempenho positivo com crescimento nos registros, especialmente devido às entregas no âmbito do programa “Caminho da Escola” e à maior renovação da frota de ônibus urbanos.
Mercado argentino para veículos brasileiros cresce
A associação destacou a forte demanda no mercado argentino e mencionou que a queda mensal nas importações de veículos do Brasil foi explicada principalmente pela menor importação de veículos argentinos, que foram redirecionados para atender à demanda interna.
A associação continua a expressar preocupações sobre as importações de veículos de fora do Mercosul (principalmente da China), que aumentaram de 3,2% do total de registros em 2021 para 10,3% nos primeiros dois meses de 2025.
Além disso, a Anfavea também destacou o forte crescimento da participação da China nas importações de veículos da América Latina, que aumentou de 4,6% em 2013 para 27,9% em 2024, enquanto a participação do Brasil caiu de 22,5% em 2013 para 13,9% em 2024.